30 de janeiro de 2020

Um novo happy place.

Durante a gravidez do Matias eu estava constantemente a ouvir uma compilação de músicas tradicionais gregas. Nunca percebi porquê, simplesmente apetecia-me ouvir aquilo. Resultado: o meu happy place passou a ser Santorini. Falei disso aqui: nos momentos menos bons, eu teletransportava-me para Oia. Era de manhã. Eu estava na varanda a comer iogurte grego, mel e nozes, com o Matias ao meu colo e as músicas gregas a pairar no ar. Estava sol. A vida era boa.

Não descansei enquanto não concretizei este happy place, e o resultado foi uma das viagens mais lindas da minha vida.

Na gravidez da Gabriela estava constantemente a ouvir músicas brasileiras, não devesse ela o nome a uma delas. E agora ela nasceu, e estou sempre a cantá-las enquanto olho para aqueles olhinhos curiosos. E ela ri-se.

E eu abraço-a e viajo. É passagem de ano. Estamos no Rio de Janeiro, uma das cidades mais lindas que já vi. Estamos sentados na praia, rodeados pela minha família e pela família do Pedro que vive no Brasil (em São Paulo, mas viajaram para lá connosco claro). Estamos felizes. Está calor. Eu tenho uma caipirinha na mão. Vemos o fogo-de-artifício. Há bossa nova no ar.

Sabem, eu sei que isto nunca se vai concretizar desta forma. O Pedro tem a sua regra totó de não viajar com os miúdos até eles serem mais crescidos, presumo que a confusão na noite da passagem de ano seja enorme e provavelmente não ia beber caipirinhas com os meus filhos lá. Mas no meu happy place acontece o que eu quero. E o que eu quero é dar o fora.

Quando eu chego em casa nada me consola, você está sempre aflita.
Lágrimas nos olhos de cortar cebola, você é tão bonita.
Você traz a Coca-Cola, eu tomo, você bota a mesa, eu como,
Eu como, eu como, eu como, eu como. Você 

Não está entendendo quase nada do que eu digo,
Eu quero ir-me embora, eu quero é dar o fora!
E quero que você venha comigo, e quero que você venha comigo.

Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento, você está tão curtida.
Eu quero tocar fogo neste apartamento, você não acredita!
Traz meu café com suíta, eu tomo, bota a sobremesa eu como.
Eu como, eu como, eu como, eu como. Você
 
Tem que saber que eu quero correr mundo, correr perigo!
Eu quero é ir-me embora, eu quero dar o fora!
E quero que você venha comigo, e quero que você venha comigo.