Para além de planear a nossa abordagem em relação ao ensino da religião cá em casa, há outro tema que tem sido frequente nas nossas conversas:
A nossa postura perante a questão do Pai Natal.
Eu explico: lembro-me perfeitamente do momento em que descobri que o Pai Natal não existia. Senti-me traída e enganada, e não quero mentir desta forma à minha coisinha fofa. Não porque tenha medo que o meu filhote fique magoado, mas porque simplesmente não me faz sentido mentir-lhe.
Sei que se aceitar trazer o Pai Natal cá para casa vai ser uma coisa enorme, com direito a pessoas vestidas de Pai Natal (não nego que já pensei em contratar figurantes e ter toda a família Natal a entregar presentes cá em casa), pegadas fictícias feitas com açúcar em pó, carimbos encomendados, cartas escritas pelo próprio Pai Natal com direito a selos do Pólo Norte e mais um sem fim de ideias fixes que se encontram pelo Pinterest. Sei que se mentisse ia ser mesmo em grande, com pompa e circunstância, com os dentinhos todos, com viagens à Lapónia e passeios de rena pela terra do Pai Natal.
Carta dos elfos |
Carimbo do Pai Natal |
Selos do Pólo Norte |
Dá sempre jeito ter o Pai Natal em linha directa |
Etiquetas do Pai Natal |
Pegadas do Pai Natal |
Também se arranjam coisas da Fada dos Dentes (embora não existisse na minha casa) |
E não quero mentir à grande ao meu miúdo. Gostava de querer, gostava de pôr em prática todas as ideias geniais que fui lendo ao longo do tempo, gostava de transformar a casa numa espécie de circo do Natal todos os anos... Mas a que custo?
É claro que estou sozinha nesta luta, e o Pedro é um defensor incansável da necessidade de trazermos o Pai Natal cá para casa (bem como aparentemente todos os nossos familiares e amigos - e sim, este assunto foi discutido com eles e a malta já está habituada a estas nossas reflexões ideológicas). Aliás, o bebé até já tem um fatinho de Pai Natal, oferecido pelo tio Bê. E pronto, eu também já lhe comprei um babete de Pai Natal, confesso.
Por isso acho que me rendi às evidências. E já me mentalizei que vou passar os próximos anos a mentir à grande. Resta-me divertir-me pelo caminho, certo?
(Na pior das hipóteses, sou pedopsiquiatra. Se os miúdos ficarem traumatizados conheço bons fármacos muahuahuahuahuah.)