23 de março de 2016

Pregnancy Diary #98

Às vezes as pessoas perguntam-me o que reconheço ter mudado em mim com a gravidez. Na verdade sinto que mudaram imensas coisas, nem todas elas agradáveis: tenho azia frequentemente, estou consumida pela dor ciática há uns dias, durante uma fase tive incontinência urinária de esforço (que resolvi fazendo Kegels como se a minha vida dependesse disso), já não durmo duas horas seguidas há semanas, tenho imensos medos e inseguranças, sinto-me enorme, canso-me com facilidade e todo um sem fim de sintomas chatos.

Por outro lado, aconteceu uma coisa muito curiosa. Desde que engravidei, sinto que amo mais.

Mothersday ❥:



Não consigo explicar bem este sentimento. Sinto pela coisinha fofa que cresce dentro de mim um amor enorme, assustador, transcendente e avassalador. E é de tal forma imenso que por vezes aperto os dois braços à volta da barriga, como se quisesse abraçá-lo lá dentro.

Sinto que amo mais também as pessoas que me rodeiam. O Pedro, a nossa família, os nossos amigos. Aqueles que se tornaram já no pai, nos avós, nos bisavós e nos tios (verdadeiros e emprestados) da coisa mais preciosa do mundo para mim. E eu, que nem era muito dada a demonstrações de carinho, sinto de repente a necessidade incontrolável de os abraçar, de os encher de beijos e de lhes dizer o quanto gosto deles e o quanto todos estão a ser incansáveis no apoio que me estão a dar.

Sim, amo mais. Amo um amor maior. Também rio mais. A gargalhada sai cá do fundo e é quase incontrolável, mesmo naquelas situações sociais em que não era suposto rir-me de uma forma tão clara. É uma gargalhada diferente, diz o Pedro. Mais aberta, mais feliz, mais livre.

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