Por outro lado, aconteceu uma coisa muito curiosa. Desde que engravidei, sinto que amo mais.
Não consigo explicar bem este sentimento. Sinto pela coisinha fofa que cresce dentro de mim um amor enorme, assustador, transcendente e avassalador. E é de tal forma imenso que por vezes aperto os dois braços à volta da barriga, como se quisesse abraçá-lo lá dentro.
Sinto que amo mais também as pessoas que me rodeiam. O Pedro, a nossa família, os nossos amigos. Aqueles que se tornaram já no pai, nos avós, nos bisavós e nos tios (verdadeiros e emprestados) da coisa mais preciosa do mundo para mim. E eu, que nem era muito dada a demonstrações de carinho, sinto de repente a necessidade incontrolável de os abraçar, de os encher de beijos e de lhes dizer o quanto gosto deles e o quanto todos estão a ser incansáveis no apoio que me estão a dar.
Sim, amo mais. Amo um amor maior. Também rio mais. A gargalhada sai cá do fundo e é quase incontrolável, mesmo naquelas situações sociais em que não era suposto rir-me de uma forma tão clara. É uma gargalhada diferente, diz o Pedro. Mais aberta, mais feliz, mais livre.
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