2 de março de 2020

Segunda-feira.

Fevereiro foi um mês do caraças. Fui ao Palácio Nacional de Queluz, à praia sozinha com os dois miúdos, lanchar sozinha com os dois miúdos, à exposição dos Dinossauros Explorer (pela segunda vez), ao brunch, ao Palácio de Monserrate, ao Float In, ao concerto do Harry Potter, à Quinta Pedagógica e ao Castelo de São Jorge. Passei 24 horas sozinha no Ritz a pastelar, a comer e a jogar Sims. Celebrámos o dia dos namorados, o Carnaval e o aniversário da minha avó. Sim, Fevereiro foi um bom mês.

Este fim-de-semana não saí de casa. Nada, zero, nicles. Sabem quando tomamos banho e vestimos um pijama lavado porque passámos um dia inteiro com o anterior? That's me. E soube-me pela vida.

No Sábado de manhã estávamos a brincar com as comidas e o Matias perguntou:

'A que sabe um donut?'

Fiquei sem saber o que lhe responder - na verdade o miúdo nunca tinha comido um donut nem nada parecido (bola de Berlim e afins), por isso mandámos vir donuts da Crush Doughnuts para o lanche. Sucesso.

Durante o fim-de-semana vimos quatro vezes o filme dos Dinossauros que, aproveito para dizer, tem uma banda sonora brutal. Ontem dormi uma bela sesta. Fiz o programa de abdominais, hoje é dia de braços.

Hoje tinha programado vencer esta inércia e sair com a miúda. À Segunda há imensas coisas fechadas, por isso tinha pensado ir ao Museu Coleção Berardo (ando numa de arte moderna agora). Mas a noite foi terrível. A Gabriela deitou-se às oito, acordou para comer à meia-noite, voltou a adormecer e depois acordou às quatro, às cinco e às seis. Já percebemos que não adianta dar-lhe comida a essas horas (ou seja, ela acorda porque sim e não porque tem fome, porque se tentarmos dar-lhe leite ela simplesmente não come), por isso só nos resta aguentar o berranço. Às sete lá comeu e o Pedro disse as palavras mágicas:

'Queres que leve o Matias à escola?'

Ia chorando de alegria. Na verdade eu gosto de levar o Matias à escola. Também diga-se que não tenho grande alternativa: o Pedro entra às oito às Segundas, Quintas e Sextas e a creche abre às oito, por isso nesses dias sou eu que asseguro as manhãs cá em casa. E não me importo nada: o Matias é um miúdo independente e levanta-se sozinho, prepara o seu pequeno-almoço e vai brincar, só interrompendo o meu sono com perguntas do género 'para que caixote da reciclagem vai esta embalagem?' ou 'como se chama este dinossauro que está aqui no livro?'. Na grande maioria dos dias dou o biberão à Gabi às sete, volto a deitá-la e ela acorda novamente por volta das nove, por isso eu também consigo dormir até essa hora. Depois acordamos e ainda brinco com o Matias um bocado ou vemos uns desenhos animados e vamos para a creche a pé quando o tempo está colaborante. Nestes dias, ir passear com a Gabriela não me custa nada: o trabalho mais difícil, sair da cama e vestir-me, já está feito.

Mas há dias em que eu dava tudo para poder ficar a pastelar, e hoje era um deles. Por isso o Pedro levou o Matias à escola, eu voltei a deitar a Gabriela, voltei para a cama e dormimos as duas... Até às onze. Às onze da manhã. Que rica filha.

Não houve museu. Levantei-me, dei-lhe o biberão, ouvimos música enquanto fazíamos ginástica com os bracinhos e as perninhas (Gabriela gosta da 'Estou na Lua' e da 'Ele é o Rei', mas nada se compara ao amor que tem pelo 'Chico Fininho') e depois voltei a deitá-la para a sesta. Tirei o pijama, tomei um banho, vesti um pijama lavado. A balança trouxe-me boas notícias. Fiz um cappuccino com canela e com café de baunilha, sentei-me no sofá a bebê-lo. Os meus amigos dizem no WhatsApp que já há um caso de coronavírus em Portugal, afinal parece que já são dois. O tempo não está assim tão mau. Já vou na sexta geração de Sims.

Eu só mereço coisas boas.