25 de novembro de 2019

Uma semana de Gabriela.

A Gabriela fez hoje uma semana, e tem sido um desafio giro conhecer esta miúda e passar por esta fase.

Por um lado, fisicamente estou incrível e já não tenho qualquer dor ou chatice do pós-parto. Ando como se nada fosse, vou buscar o Matias à escola com a miúda no pano (e hoje até o levei à escola a conduzir), recuperei a minha mobilidade (na gravidez andava de rastos #chataqueixosa) e já perdi oito quilos e a barriga de grávida (não é brilhante e continuo balofa, mas é um começo e há tempo).

Por outro lado, a privação de sono bateu-nos com muito mais força desta vez, o que faz sentido porque agora temos duas crianças. Ou seja, com o Matias podíamos fazer algo do género:

22h: Eu dava o biberão e deitava-me.
1h: O Pedro dava o biberão e deitava-se.
4h: Eu dava o biberão depois de 6h de sono ininterrupto e deitava-me.
7h: O Pedro dava o biberão depois de 6h de sono ininterrupto e deitava-se.
10h: Eu dava o biberão e levantava-me para fazer as rotinas.
12h: O Pedro acordava fresco e fofo.

Total de horas de sono com interrupções: 12h. Estado de espírito: Espectacular.

Agora a nossa rotina já envolve acordar às oito com o Matias aos saltos porque 'é hora de acordar', depois de acordar de duas em duas horas durante a noite porque a miúda tem muita fome e de passar um número indeterminado de horas a dar-lhe colo porque a senhora Gabriela é uma diva e gosta de abrir a goela e chorar de madrugada. Não há sestas durante o dia porque há coisas para fazer, nem refeições aldrabadas porque o Matias precisa de comer como deve ser.

No geral, ainda estamos a habituar-nos a toda esta logística de ter novamente um recém-nascido em casa. Acho que esperava sentir-me mais confortável porque já temos experiência e tal, mas sinceramente não noto isso: entre a quantidade de informação que reprimi (do género, o quão mau é acordar de duas em duas horas) e a quantidade de informação nova (porque a Gabriela é obviamente um bebé diferente do Matias, logo há muitas coisas novas para aprender), não me sinto propriamente uma mãe mega experiente. Diria que estou mais tranquila e que no geral é tudo menos angustiante, mas não deixa de ser difícil.

Ter o Matias também torna tudo mais complexo. Por um lado, o Matias anda histérico com a irmã. Por outro lado, o Matias anda histérico. A energia de uma criança de três anos, a necessidade de atenção de uma criança de três anos e as birras de uma criança de três anos, tudo misturado com uma bebé de uma semana? Podem crer que estamos bem mais cansados do que há três anos. Além disso, quando tivemos o Matias ele podia adaptar-se às nossas rotinas: tomar banho quando nos dava jeito, deitar-se à hora que queríamos e por aí fora. A Gabriela nasceu directa para as rotinas do irmão - acorda para o levar à escola, toma banho ao mesmo tempo que ele e vai para a cama um bocadinho antes dele (para podermos depois deitar o Matias com mais tranquilidade).

Sim, está a ser um desafio. Um desafio difícil em algumas coisas, mas um desafio muito giro. A miúda gosta de comer e passa o dia a dormir, tem imensos soluços (tal como o Matias, que ainda hoje tem soluços praticamente todos os dias), gosta de tomar banho mas detesta vestir-se, ainda não decidiu se gosta ou não da chucha e gosta de estar quentinha. Não tem dado noites fáceis, mas faz parte e estamos a rezar aos santinhos para que tudo melhore em breve. O Matias anda o miúdo mais querido à face da terra e está a superar as nossas expectativas mais optimistas. Nós já conseguimos dormir outra vez em conchinha (a barriga impedia isso).

Tudo está bem :)

Bomboca da mãezinha


No fim-de-semana o Matias quis ver o filme com a irmã no colo (sim, ele tem carimbos na testa, tentámos acabar os postais de Natal mas o Matias teve dificuldade em perceber que era para carimbar os envelopes e não as nossas mãos ou a cara dele)
:D