Foi um desafio e pêras. Por um lado, é dificílimo fazerem-me surpresas porque estou sempre a pensar em todas as possibilidades. Por outro, sou super controladora com tudo, por isso arrependi-me muito rapidamente de me ter auto-excluído de algo tão importante.
O fim-de-semana dos meus anos chegou e eu não fazia a mais pálida ideia do que ia acontecer: sabia apenas que tinha de estar às 9h numa morada (um cabeleireiro) e que ia passar uma noite fora. Quando cheguei a minha mãe já lá estava, e pediu à cabeleireira para fazer um penteado 'dos anos 40'.
'É um jantar temático do Poirot é um jantar temático do Poirot é um jantar temático do Poirot é um jantar temático do Poirot é um jantar temático do Poirot é um jantar temático do Poirot' - pensei eu, já histérica.
Depois do cabeleireiro fomos almoçar a casa do meu irmão (ainda vimos um bocadinho do 'Some Like It Hot' na televisão, um dos meus filmes preferidos da lista de 250 melhores filmes do IMDb) e saímos rumo ao desconhecido. Chegámos ao Palácio de Queluz, onde eu percebi que íamos todos passar a noite em quartos no mesmo corredor (eu, o Pedro, o Matias, os meus pais, o meu irmão e a namorada, a minha avó, a Joana e o Bernardo). Fomos a Sintra dar um passeio e comer travesseiros. A minha mãe deu-me um vestido 'da época' para eu vestir. A Célia chegou. Saímos para o restaurante do Palácio, e quando chegámos aguardava-nos a narradora da Bode Expiatório, que explicou que estávamos num jantar mistério.
Ia morrendo. Já tinha organizado um jantar mistério em 2014 e adoro este tipo de temas, por isso não podia mesmo ter sido um plano mais bem escolhido. Recebemos os nossos guiões, interpretámos as nossas personagens, divertimo-nos imenso, descobriu-se o assassino (que tinha sido atribuído à sorte no início e acabei por ser eu!) e lá fomos todos dormir no Palácio de Queluz. Até o Matias - que originalmente não era suposto vir ao jantar porque vai para a cama às 19.30h (daí a camisola confortável da Patrulha Pata) - ficou connosco o tempo todo e achou imensa piada.
Foi absolutamente delicioso, e fez-me sentir genuinamente agradecida por ter à minha volta pessoas tão boas. As minhas pessoas.
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