14 de novembro de 2018

Viena 2018 #4

Os últimos dias têm sido surreais. Na Quinta-feira à noite estive de urgência. Na Sexta saí às 8h, apanhei o Matias na escola às 9h, apanhámos o Pedro no trabalho às 12h e fomos para o Porto, onde o Pedro tinha um congresso. Passei o dia em modo zombie, e mal cheguei a casa dos meus pais adormeci no sofá, sendo que dormi de forma tão profunda apesar da barulheira do Matias que os meus pais questionaram-se se eu estaria desmaiada. No Sábado fomos gravar o vídeo de Natal dos meus pais (longa história) e depois do almoço voltámos para Lisboa, onde o Pedro entrou de banco às 20h. No Domingo andámos a pastelar e eu aproveitei para fazer uns docinhos bons - um coulant de chocolate negro e uma árvore de bolachinhas - e para ficar finalmente com os soninhos em dia.

Na Segunda trabalhei 24h seguidas. Saí às 8h, trabalhei todo o dia, vim a casa meia hora dar um beijinho nos rapazes e voltei para o hospital, onde estive de urgência das 20h às 8h. Depois saí, limpei o meu carro, arrumei a casa enquanto ouvia músicas de Natal, pus louça a lavar, pus roupa a lavar, organizei o meu mail, fiz uma tarte de Nutella para levar para o trabalho que nunca lá chegou e que já vai a meio, montei os meus Legos de Natal, tirei a louça da máquina, pus mais louça na máquina, tirei a roupa da máquina, estendi a roupa, fui aos correios enviar os meus postais de Natal, voltei depois de ter reparado que me esqueci de escrever a morada num deles, fui conhecer um sítio novo onde vou trabalhar, vim para casa e esperei pelo Pedro, fomos buscar o Matias, fomos lanchar (no meio da azáfama não tinha almoçado e estava cheia de fome), voltámos para casa e brincámos. O Pedro tinha feito caril de frango para o jantar de Segunda-feira e ainda havia imenso, por isso demos o jantar e o banho ao Matias e deitámo-lo, jantámos enquanto víamos um episódio antigo de House, passámos três horas a ver informação sobre trabalhar no Reino Unido (* pânico *) e caí para o lado.

Hoje quando acordei estava um caco. Chorei no carro enquanto estava parada no trânsito. Liguei à Joana e estive a partilhar as minhas angústias. O dia foi longo. Amanhã temos um jantar. No Sábado temos uma festa. No Domingo temos uma sessão fotográfica (e com temos quero dizer eu e o Matias, porque o Pedro já se demitiu das suas funções de progenitor que aparece nas fotos).

Estou cansada. Estou ansiosa. Estou angustiada.

Mas hoje cheguei a casa e o Matias estava à minha espera para 'brincarmos às hienas'. E fizemos pela vigésima vez a brincadeira preferida do momento: o Matias diz que o Pedro é uma hiena, o Pedro desata a correr atrás de nós pela casa fora, o Matias pede-me colo, depois inevitavelmente acabamos todos aos trambolhões na cama, com o Pedro a fazer barulhos assustadores (porque é uma hiena má) e o Matias a aninhar-se em mim e a pedir para eu o proteger, ou em alternativa a dizer 'eu protejo-te mamã' quando o Pedro começa a puxar-me as pernas. Freud explica. Que orgulho, já a expressar os conflitos edipianos através da brincadeira * snif *.

(Às vezes trocamos e o Matias faz de hiena, mas claramente ele gosta mais quando é o Pedro. Já eu sou uma péssima hiena, acabo sempre por tentar que eles sejam meus amigos e que percebam que não sou assim tão má.)

Antes de o deitar o Matias disse a sua nova frase preferida: 'quero um mano'. Quando lhe perguntamos como se chamaria o mano, o miúdo não tem qualquer dúvida e responde 'Gonçalo!'. Inicialmente pensámos que o Gonçalo seria algum amigo dele, depois percebemos que é o filho bebé da auxiliar da sala do Matias, que passa algum tempo na turma deles, e por isso ele associa o nome do miúdo a um potencial mano bebé.

E desaparece tudo, juro. Já nem me lembro que tenho sono, já nem me lembro que estou cansada, já nem me lembro que passei as últimas semanas a sofrer com a possibilidade de nos mudarmos para longe. De repente somos só nós, a brincar às hienas, aos gritos e às gargalhadas pela casa.

Tudo desaparece. Menos nós. E estes momentos perfeitos.

Podia ter uma punch line qualquer para enquadrar agora as fotos de Viena, mas não tenho. É isto que sinto, e aqui vão as fotos. As fotos reais de uma vida real com angústias reais.

Se calhar o Matias tem razão e estou a precisar de ser protegida das hienas.





Joana <3 Vasos gregos
* Brilha o sol, Hércules chegou *






Eu: 'Ai meu Deus um crocodilo mumificado, que giro, nunca tinha visto nenhum!' * mega entusiasmo, 400 fotos ao crocodilo * chego a casa e vejo que em 2012 já tinha visto e fotografado com a mesma histeria -.-




Klimt <3







Apfelstrudel <3
Com vista para o Palácio Imperial :D

Depois do strudel mudei-me para a chocolataria que ficava literalmente duas portas ao lado :D
Demel :)
Bolo Sacher e chocolate quente. Gostei mais do original :)




Wiener Schnitzel :D O prato mais típico de Viena são os panados de vaca :D Em 2012 provei e não achei nada de especial (não gosto de panados), mas estes souberam-me super bem (e eu nem tinha grande fome porque estava entupida de docinhos).
Bebidas de café deliciosas = Joana acordada toda a noite em Viena
Karlskirche :D
Não sei porquê mas acho sempre que os pretzels são doces e depois fico super desiludida! Mas este nem me soube mal :D
Interior da igreja :D