6 de janeiro de 2018

Hoje faço 29 anos.

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O que dizer sobre os meus 28 anos?

Vi o Matias crescer todos os dias. Vi-o a começar a andar e a correr. Vi-o dizer a primeira palavra e todas as seguintes. Vi-o dizer onde estava o nariz e tudo o resto. Vi-o a mandar beijinhos e a dizer adeus. Vi-o a chutar uma bola e a fazer barulhinhos de girafa. Vi todas as vitórias do meu patuscão e consolei-o depois de todas as quedas. Fui a mãe que queria ser (na maioria dos dias). Apaixonei-me irremediavelmente pelo meu bãozão pequenino, cada dia um bocadinho mais. 









Regressei à infância e matei saudades da Disneyland Paris. Voltei a Florença em trabalho e passei quatro dias a entupir-me de gelados, de trufas e de Chianti. Tornei um sonho realidade em Santorini. Tinha tudo marcado para ir a Helsínquia e Tallinn, mas o Mati foi internado e não fui. Recuperei as energias num fim-de-semana romântico em Sesimbra. Assistimos ao casamento de uma amiga do Pedro em Vila Verde e aproveitámos para fazer uma road trip pelo Minho. Fiquei assoberbada com a grandiosidade e a beleza de Moscovo e São Petersburgo. Visitei novamente Barcelona para quatro dias de dolce fare niente. Cancelámos a viagem mais aguardada do ano a Miami e às Bahamas por causa do furacão Irma, mas também não ficámos mesmo nada mal servidos com a alternativa: um delicioso regresso ao Dubai e uma viagem maravilhosa às Maurícias.


Disneyland Paris




Florença




Santorini




Sesimbra




Minho




Moscovo



São Petersburgo




Barcelona



Dubai




Maurícias



Passeámos várias vezes por Belém, por Monsanto e por um dos nossos sítios preferidos da cidade, a Quinta das Conchas. Fomos umas quantas vezes visitar os animais à Quinta Pedagógica. Voltámos finalmente ao Jardim Zoológico depois de dois anos de ausência e passámos um dia espectacular. Fomos ao Oceanário mostrar os peixinhos ao Mati, mas ele adormeceu meia hora depois de lá entrarmos.





Fiz um workshop de pizzas e de gelados em Florença. Fomos ao Estádio de Alvalade ver o Sporting algumas vezes, a dois ou com amigos. Assistimos a um concerto de Mozart para bebés. Vimos os Foo Fighters no NOS Alive e eu chorei de alegria. Passámos a noite num comboio pela segunda vez na vida. Visitei a Galeria dos Ofícios e o Hermitage e fiquei mais perto de completar a lista dos dez melhores museus do mundo. Assisti ao ballet do Lago dos Cisnes em São Petersburgo e adorei. Encontrei por acaso uma exposição da Paula Rego em Barcelona.




Fiz um safari no deserto. Presenteei-me com uma massagem absolutamente divinal nas Maurícias. Visitei uma fábrica de rum. Tornei-me sócia do Sporting. Comecei a comprar flores todos os fins-de-semana e a nossa casa tornou-se mais alegre e aconchegante. Comprámos uma máquina de lavar louça e ficámos um bocadinho mais perto de ser adultos a sério. Andei de balão de ar quente ao amanhecer e diverti-me imenso. Visitámos o Wonderland Lisboa com o Mati.




Assisti à UEFA Futsal Cup. Toquei numa vaquinha novamente. Aventurei-me no arborismo com os meus colegas de trabalho e andei com dores musculares durante uma semana. Visitei a exposição do Bordalo II. Voltei ao Float In e fui ao céu com uma sessão de flutuação e uma massagem relaxante com pedras quentes. Assisti a uma peça de teatro incrível, a '(...) e a vida, afinal, é como as orquídeas.'. Comecei a praticar Krav Maga e fiquei rendida.




O meu exame do primeiro ano foi traumático e demorei meses a ultrapassar as consequências que trouxe à minha motivação para continuar na especialidade. Fiz imensas urgências à noite e aos fins-de-semana (e até fiz urgência na noite de Natal!) e aproveitei as folgas para organizar os mil e um assuntos que tinha sempre pendentes. Inscrevi-me numa formação da Fundação Brazelton sobre a importância do brincar e aprendi imenso. Fiz greve pela primeira vez (e pela segunda). Fui a um congresso internacional e adorei a experiência. Fiz uma apresentação num congresso. Terminei o meu estágio e comecei a trabalhar noutro serviço enquanto continuo a acompanhar os meus miúdos. Fui a um tribunal pela primeira vez. Sobrevivi ao surto de Legionella que aconteceu no meu hospital.




Regressei várias vezes ao meu restaurante nepalês preferido, agora com o Mati. Continuei a encher a barriguinha de éclairs da L'Éclair. Desgracei-me várias vezes no Glood, o supermercado internacional. Mantive-me uma enorme fã de gin tónico. Voltámos várias vezes ao nosso restaurante japonês habitual e apresentámos o Matias ao sushi. Conheci o El Clandestino, possivelmente o meu restaurante mexicano preferido em Lisboa. Celebrámos o aniversário do Pedro no Hard Rock Cafe (e voltámos lá novamente dois dias depois do Natal, desta vez para comer um hambúrguer vegetariano). Deliciei-me várias vezes com a comida vegetariana do Psi. Voltámos ao Qosqo depois de uma primeira experiência memorável. Regressámos ao Lobo do Mar em Sesimbra.

Experimentei pela primeira vez comer choco frito em Setúbal. Fui a um restaurante georgiano com a lista em russo cuja dona não falava inglês, escolhi pratos ao calhas e enchi a barriguinha com comida boa. Matei saudades de Umm Ali. Conheci o Nova Goa, um restaurante goês onde me deliciei com o balchão de gambas. Comi um croissant de alfarroba maravilhoso na Sam Croissants. Regressámos à Adega das Gravatas. As minhas papilas gustativas reencontraram a felicidade na pizza de mozzarella e trufas do Casanova.




Continuei a cortar filmes da lista de 250 melhores filmes do IMDb. Redecorei a casa. Continuei a ter aulas de canto e passei para o reportório lírico. Passámos para o nível 67 nos quizzes do JetPunk. Lavei o meu carro à mangueirada várias vezes. Contratei uma empresa de limpezas profundas. Continuei alegremente a pintar móveis. Tive várias multas de estacionamento (e depois instalei a aplicação da EMEL e a minha vida mudou). Substituí dois pneus do carro. Fui à inspecção pela primeira vez na vida.

Fiquei ruiva e loira e voltei à minha cor natural. Fui à minha primeira reunião de pais. Vi a primeira temporada de Handmaid's Tale e decidir ler finalmente o livro. Fiz dieta e perdi dezassete quilos. Aumentei a minha colecção de bolinhas de neve e de Legos do Star Wars. Tornei-me uma vegetariana flexível. Ia morrendo na Praia do Ribeiro do Cavalo. Descobri que sou uma Hufflepuff. Tornei-me profissional a fazer papas caseiras. Depois de meses a cultivar a ideia, fiz a minha primeira tatuagem. Fui ao cinema ver o Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi duas vezes, uma delas no dia da estreia (e adorei). Comecei um desafio de trinta dias para uma vida mais relaxada.








Celebrámos o nosso terceiro aniversário de casamento e o décimo de namoro! O Pedro ofereceu-me um anel muito especial com âmbar, que na verdade não é uma pedra mas sim um fóssil. A minha mãe fez 50 anos. A minha avó fez 75 anos. O meu irmão fez 20 anos. Os meus pais fizeram 30 anos de casados. O meu irmão actuou no Arraial do Técnico e lançou as suas primeiras músicas. A Joana mudou-se novamente para Lisboa e eu ajudei-a nas mudanças.

A Joana e o Bernardo mandaram-me um ramo enorme de flores quando o Mati ficou internado. A Beatriz trouxe-me éclairs porque eu estava triste. A minha mãe veio do Porto jantar comigo de propósito porque eu queria desistir da especialidade. O Pedro voltou de um congresso um dia mais cedo para me fazer uma surpresa. Esperei pela primeira vez alguém no aeroporto com um cartaz e um ramo de flores. Celebrámos o Carnaval e o Halloween a rigor. O Pedro trouxe para casa macarons da Ladurée.




Decorámos a árvore de Natal a três, com direito a bolachinhas caseiras de Snickers. Fizemos uma sessão fotográfica de Natal em família. Tive o jantar de Natal dos meus colegas de trabalho, o jantar de Natal dos colegas de trabalho do Pedro, o jantar de Natal com a minha família, o jantar da véspera da véspera com os amigos do Pedro, o jantar de Natal com a família do Pedro, o almoço de Natal com a família do Pedro, o nosso almoço de Natal a dois e o jantar de Natal com a Joana e o Bernardo. Tivemos direito a esparguete à bolonhesa, mousse de chocolate, bolo de chocolate derretido, pudim francês com laranja, coco e vinho do Porto e bolinhos de abóbora. Celebrámos a passagem de ano de forma memorável (para os outros, porque eu não me lembro de grande coisa) com a Joana, o Bernardo, a Carina e o Miguel.






Descobri o melhor tiramisú do mundo. Partilhei um jantar temático português com uma italiana. Cozinhei mais um bolinho de bolacha para o aniversário do Pedro. Fiz licor de ginja pela primeira vez. Comi iogurte grego com mel e nozes na Grécia. Adaptei uma receita antiga e o resultado foram umas barrinhas de framboesa com crumble divinais.




Deliciei-me com uma pavlova de cacau com chantilly, doce de leite e banana. Fiz panquecas e comi-as na cama à uma da manhã. Repeti várias vezes a receita das bolachas de xadrez e das bolachas de amendoim com pepitas de chocolate. Fiz uma tarte de doce de leite caseiro com chocolate que fez as delícias de toda a gente do serviço. Cozinhei com arandos frescos. Provei os melhores brownies de sempre, feitos pela Joana para o nosso almoço de São Martinho. Comprei uma máquina de café nova e passei o Outono a beber cappuccinos caseiros. Recebi outra máquina de café no Natal, por isso agora bebo cafés da Nespresso e cappuccinos da Delta Q. Repeti inúmeras vezes a receita de brownies paleo. Recebi uma máquina de fazer pão e comecei a ter pão quentinho todas as manhãs. Fiz pudim pela primeira vez sem a supervisão dos meus pais.



Este foi sem qualquer sombra de dúvida o melhor ano da minha vida. Curiosamente, foi também possivelmente o mais difícil. Nunca me senti tão zangada, tão cansada, tão cheia de dúvidas existenciais (Quem sou? Para onde vou? Estarei no sítio certo?) e tão doente (assim de repente só este ano tive quatro gastroenterites, um choque anafilático, uma celulite num dedo, uma laringite, uma gripe, uma intoxicação alimentar e uma conjuntivite viral e ainda parti um dente). 

Foi um ano cheio de preocupações e inseguranças. Cresci. Mudei. Tornei-me ruiva e loira, sou vegetariana, fiquei mais magra, comecei a fumar de uma forma muito esporádica e fiz uma tatuagem. Queixei-me demasiado da vida. Chorei muito. Ri muito também.

No fim, foi um ano com muitas coisas óptimas e algumas verdadeiramente péssimas. That's life, I guess.

Hoje faço 29 anos.