Uma das coisas que me dizem frequentemente é que a minha vida parece espectacular e que nunca pareço estar triste ou desmotivada. Como imaginam, isso não é de todo verdade. Há muito tempo que percebi que as redes sociais no geral mostram coisas bonitas, agradáveis e divertidas porque é de facto uma parte da felicidade querermos partilhá-la. Não se trata de não ser real ou verdadeiro: aqui eu mostro o que gosto, o que faço e o que me faz levantar da cama de manhã, e reservo as bodeguices porque quem me dera a mim não as ter, quanto mais projectá-las para cima dos outros.
Além disso, acho que na tristeza também há crescimento, e devemos aproveitar para chafurdar nela, para tirarmos tempo para pensar, para nos voltarmos a organizar e para ficarmos mais fortes.
Por isso sim, estou profundamente triste. A vida continua, o Halloween está aí, os miúdos estão um apetite e a dieta corre bem, mas estou profundamente triste. E por isso não me apetece falar sobre o Halloween, os miúdos, os cozinhados ou os passeios. Não me apetece falar sobre rigorosamente nada, com ninguém. E isso não é esconder a tristeza das redes sociais, é afundar-me nela, chafurdar nela, pensar sobre ela, organizar-me.
E ficar mais forte.
E crescer.
E deixar de estar triste.