Hoje estava a levar o Matias à escola com o Pedro, e uma senhora parou ao meu lado e disse:
'Desejo-lhe uma hora pequenina!'
Assim, do nada. Agradeci em modo automático, mas depois fiquei a pensar: será que a senhora achou que está iminente? Para mim as minhas 29 semanas parecem umas 40, mas será assim tão óbvio para os outros também?
No fim, fiquei contente. Depois de me mudar de Leça (terra mais bonita de Portugal!) para Lisboa (já lá vão doze anos!) sinto que se perdeu esta proximidade com as pessoas, esta coscuvilhice inocente, esta genuinidade. Da última vez que fui a Leça perguntaram-me coisas do género 'Agora é menina? Então depois disto fechas a loja, não?' ou 'Foi uma bebé planeada?', e eu sei que para quem não está habituado isto parece uma cena super intrusiva, mas eu sinto falta desta sensação de aconchego, mesmo vinda de quem não conheço.
Até agora deram-me prioridade nas filas duas vezes. DUAS. Uma em Lisboa, e outra em Sesimbra na semana passada. Acham que em Leça eu ia ter de esperar para o que quer que fosse? Não.
Mas pronto, é o que temos, e viver em Lisboa também tem as suas coisas boas. Se calhar se tivesse de responder todos os dias a perguntas sobre o planeamento familiar cá de casa também não ia achar lá muita piada, já me basta o 'ai que bom, um casalinho!' (frase que até o Pedro já abomina!) :)