Tinha acabado de adormecer quando um grito assustado me fez saltar da cama. 'Mamã!'. Era uma da manhã. Corri para o quarto do Matias, que chorava enquanto estendia os braços para mim. Peguei-lhe ao colo, ele aninhou-se em mim e chorou. Chorou muito. 'Ãoão, ãoão', repetia entre soluços. 'Tiveste um pesadelo?' - perguntei. Mais lágrimas.
Sentei-me no cadeirão. O Matias enrolou-se contra o meu peito e adormeceu entre beijinhos.
E ali, no escuro da noite, no silêncio da madrugada, sentada naquele cadeirão onde tantas vezes dei biberões durante a noite, com o meu filho de quase dois anos aninhado contra mim, eu senti um daqueles momentos de felicidade suprema. E quis congelar para sempre todos os detalhes daquela memória.
Voltei a deitar o Matias na caminha dele, voltei para a cama e adormeci. Hoje encontrámos o Óscar (cão extremamente simpático e pachorrento que vive perto da creche) e o Mati fez-lhe muitas festinhas.
Para ele, não passou de um susto. Para mim, foi (mais) um dos momentos mais comoventes da maternidade.