Confesso que fico irritada quando me perguntam se 'o Pedro ajuda com o Matias', como se ele fosse um elemento secundário. Talvez isso aconteça porque cá em casa sempre foi tudo feito a quatro mãos, sem ninguém a ajudar mas com dois a fazer. E não saberíamos agir de outra forma em relação à parentalidade.
Desde o início que as tarefas são divididas. Os biberões são dados à vez. As fraldas são trocadas a dois. A licença de parentalidade vai ser dividida. O colo é dado por ambos. A brincadeira é feita a três. A música é quase exclusivamente ensinada por mim (o Pedro canta manifestamente mal), mas a ginástica é dominada pelo Pedro (eu sou mais pastelona, admito). Tudo é decidido a meias.
Somos os três uma família. Aqui não há elementos de primeira e de segunda, não há actores principais nem secundários, não há acessórios. Não há ajudas. E acho sinceramente que o pai tem de deixar de ser visto social e profissionalmente como um progenitor de segunda categoria.
Quando o Mati nasceu quis que o Pedro fizesse também contacto pele a pele. Toda a gente me achou esquisita, mas não consigo imaginar outra forma de fazer as coisas. E vê-los aos dois, juntinhos, a tocarem-se, a sentirem-se e a cheirarem-se foi provavelmente o momento mais emocionante da minha vida. Mais do que o nascimento do Matias, foi o nascimento do Pedro como pai que mais me marcou. Porque ali nasceu oficialmente a nossa família. Porque estavam ali os meus meninos.
Hoje sinto que o nosso miúdo está igualmente vinculado e se sente igualmente amado pelos dois. Agora passa mais tempo comigo, daqui a um mês quando eu regressar ao trabalho * tristezaaaaaa * e o Pedro ficar em casa passará mais tempo com ele.
E é tudo feito a três. As descobertas, as brincadeiras e as aventuras, mas também as dúvidas e as preocupações. E tem sido uma aventura fantástica :D