7 de março de 2016

Pregnancy Diary #88

'Estive a pensar, e como acredito que a melhor alimentação é a que corta completamente o açúcar, não o vou introduzir no regime alimentar da minha criança.'
'Mas, e nem um bolinho?'
'Não.'
'Coitadinho, e nos aniversários das outras crianças?'
'Não come.'
'Porquê?'
'Porque eu acredito que é o melhor para ele.'
'E como vais evitar que as pessoas lhe dêem bolo às escondidas?'
'Sei lá, digo que ele tem doença celíaca e não pode comer bolo.'
'Mas isso é uma parvoíce! A criança tem o direito de experimentar todas as opções disponíveis, para depois um dia quando for mais velha conseguir optar por aquela que acha melhor.'
'Sim, faz sentido.'
'Claro que sim. Obrigar uma criança a seguir um determinado caminho apenas porque é uma opção dos pais é limitá-la na sua liberdade de escolha.'

'Pois, é verdade. Já que falas nisso, não vamos baptizar o nosso filho.'
'O quê? Mas isso não faz sentido nenhum! É uma cerimónia tradicional, socialmente necessária, onde o bebé é apresentado à família mais alargada e se torna um elemento da nossa comunidade!'
'Sim, mas a criança tem o direito de experimentar todas as opções disponíveis, para depois um dia quando for mais velha conseguir optar por aquela que acha melhor.'
'Oh, mas isto é diferente...'
'Obrigar uma criança a seguir um determinado caminho apenas porque é uma opção dos pais é limitá-la na sua liberdade de escolha.'
'És terrível!'

(Nunca pensei realmente em dizer que o meu filho tinha doença celíaca e nem sequer sou suficientemente sonhadora ao ponto de achar que consigo cortar completamente o açúcar da alimentação dele. A primeira parte da conversa foi uma armadilha maquiavélica, precisamente porque eu sabia que aquele tipo de argumentos surgiriam à baila e poderia usá-los depois. Sou má, eu sei.)