Na altura empatizava com esta tristeza dela. Mas agora começo mesmo a entendê-la.
O Pedro faz anos daqui a uma semana e meia, e depois da diversão que foi planear o baby shower decidi planear uma festa de aniversário temática para ele. É óbvio que também criei um painel do Pinterest para isso (não tenho culpa de ter demasiado tempo livre), e rapidamente conjurei uma mistura de ideias que me pareceu amazing: uma festa com direito a poker, whisky, charutos e enchidos. Gostava de dizer que a ideia foi minha, mas na verdade foi do Bender:
E na minha imaginação era assim que a situação se iria processar:
Eu: Pedro vou fazer uma festa temática para ti com os teus amigos todos, um torneio de poker à maneira, charutos dos bons, whisky caro, cerveja artesanal, folhados de alheira, chouriço assado, pãozinho recheado e bolo de bolacha.
Pedro: Obrigada meu bombom, és a melhor esposa do mundo, tenho tanta sorte em partilhar a minha vida contigo, e se adoptássemos um gatinho?
A realidade foi um bocadinho diferente:
Eu: Pedro vou fazer uma festa temática para ti com os teus amigos todos, um torneio de poker à maneira, charutos dos bons, whisky caro, cerveja artesanal, folhados de alheira, chouriço assado, pãozinho recheado e bolo de bolacha.
Pedro: Não quero.
Inicialmente pensei que a culpa era do facto de o Pedro ser aquilo a que chamo muito carinhosamente de 'um peixe morto', mas quando falei com outros amigos meus eles foram unânimes: festas temáticas são coisas de menina.
E foi assim que percebi como vão ser os próximos anos cá em casa - tal como a minha mãe, também eu vou ficar sozinha com dois homens.
O drama. A tragédia. O horror. Socorro.