Just gonna stand there and watch me burn,
But that's alright, because I like the way it hurts.
Just gonna stand there and hear me cry,
But that's alright, because I love the way you lie.
I love the way you lie.
But that's alright, because I like the way it hurts.
Just gonna stand there and hear me cry,
But that's alright, because I love the way you lie.
I love the way you lie.
Eminem
Uma vez conheci uma senhora que dizia que o marido era um parceiro horrível. Que não era carinhoso, que não sabia amar, que era uma pessoa problemática e que frequentemente havia discussões lá em casa. No fim, rematava com um sorriso 'Mas eu amo muito o meu marido!'.
É mais ou menos isto que sinto em relação ao meu trabalho.
Gosto de me queixar do que faço, é um facto. Tenho um trabalho difícil, cansativo e emocionalmente drenante. Sou frequentemente chorinhas em relação a isso. Penso algumas vezes em mudar de vida. E chafurdo em auto-comiseração.
Mas depois, os doentes fazem pequenos milagres. Aquele miúdo começa a dormir sozinho depois da primeira consulta, a mãe da adolescente agradece-me porque ela deixou de estar triste e voltou a ser 'a nossa menina de antes'. A medicação que inseri no outro rapaz 'fez a diferença como da noite para o dia' e aquele moço querido abraça-me no fim da consulta.
A professora para quem ligo no fim do horário de trabalho diz que nunca em dezoito anos um médico ligou para ela, e que eu devo gostar mesmo do que faço.
E eu penso que, raios, amo mesmo o meu trabalho. Mesmo que adore queixar-me dele.
Pelo caminho, esta relação disfuncional vai-se mantendo.
Confesso que uma das coisas que ajudou a que me sentisse mais calma durante o dia foi, curiosamente, deixar de levar almoço para o trabalho. Antigamente sentava-me na sala de reuniões, engolia o almoço em dez minutos e voltava para os registos, as marcações e as consultas. Agora saio do hospital, vou até ao bar, almoço tranquilamente a olhar pela janela, volto pelo caminho mais longe enquanto respiro o ar puro das árvores e subo tranquilamente de volta à azáfama que sei irá rodear-me no fim das escadas.
Fica mais caro. Fica potencialmente menos saudável. Fica mais demorado. Diminui substancialmente as receitas que tenho para vos mostrar (porque frequentemente estamos demasiado cansados e jantamos sopa com fruta).
Mas às vezes o melhor para a nossa barriga e a nossa carteira não é o melhor para o nosso coração e a nossa alma. Às vezes o melhor para nós é mesmo abraçarmos esta relação disfuncional e deixá-la queimar.
(De vez em quando ainda levo almoço para o hospital. Este foi um deles.)
Quiche de bacon, azeitonas e brócolos
Ingredientes:
* Seis ovos;
* 100ml de natas;
* 100ml de leite de amêndoa;
* Azeitonas pretas a gosto;
* 50g de bacon cortado em cubos;
* Brócolos a gosto;
* Uma placa de massa folhada.
Confecção:
* Bater os ovos com as natas e o leite de amêndoa e juntar as azeitonas, o bacon e os brócolos;
* Estender uma placa de massa folhada sobre uma forma de tarte e cobrir com o recheio;
* Levar ao forno pré-aquecido a 190º durante aproximadamente trinta minutos.
Até amanhã! :D