8 de novembro de 2015

Pregnancy Diary #1

Estávamos a jantar no Qosqo para celebrar o nosso primeiro aniversário de casados quando, a propósito de uma qualquer conversa, o Bernardo disse:

'A minha mãe conta que percebia sempre muito cedo quando estava grávida, porque ficava com imensa tensão mamária.'

Fiquei desconfiada. Estava dois dias atrasada, costumava ser relativamente certinha e, efectivamente, há alguns dias que sentia uma tensão mamária do outro mundo, bem como imensas tonturas. É verdade que estávamos a tentar engravidar, mas tínhamos mesmo acabado de começar. Seria possível?

Foto sacada ao instagram da Joana :)



Passaram dois dias. Era Domingo. Comemos panquecas com macadamias caramelizadas ao pequeno-almoço, e depois sentei-me no sofá a pensar no assunto. Não podia estar grávida. Ou podia?

Levantei-me decidida. 'Vou fazer um teste de gravidez.' - disse. 'Está bem.' - disse o Pedro. Quando acabei, a linha do controlo apareceu, mas a linha do positivo não. As instruções diziam para esperar até aos quinze minutos, por isso peguei no teste e voltei para a sala.

E foi assim, sentados no sofá um ao lado do outro, que vimos com incredulidade o nosso teste de gravidez a tornar-se positivo.

Os dias e semanas seguintes foram marcados por muitas emoções. Contei ao meu pai, à minha mãe, à minha avó, ao meu irmão, à Joana e ao Bernardo. Depois disso, vi-me forçada a contar à minha professora de canto (porque a minha tensão arterial baixa não me permitia estar de pé durante mais do que dois minutos, por isso tive que começar a fazer as aulas de canto sentada) e à enfermeira do meu serviço (porque um dia me deu um piripaque no trabalho, depois de ter ficado em pé durante mais do que dois minutos).

Liguei ao meu obstetra e fiz a primeira ecografia, que comprovou que o nosso bebé estava bem implantadinho e com o coração a bater. E depois? Esperei.

Quem já esteve grávida sabe que o primeiro trimestre (e, principalmente, o primeiro trimestre de uma primeira gravidez) é uma montanha-russa de emoções e preocupações. Eu tenho a grande vantagem e a enorme desvantagem de ser médica: consigo perceber que um determinado sintoma é efectivamente normal, mas sei tudo aquilo que pode correr mal.

Além disso, não tive um início de gravidez particularmente fácil. A minha tensão arterial afundou-se de tal forma que era impossível medi-la, e eu andava sempre tonta e sem energia. Tinha imensa tensão mamária, acordava várias vezes por noite para ir à casa-de-banho e passava os dias cheia de dores abdominais (iguais às dores menstruais). Duas semanas depois, fiquei doente.

No entanto, eventualmente os sintomas estabilizaram (ou então eu habituei-me a eles, quem sabe). E nós começámos a viver a nossa gravidez: encomendámos o nosso primeiro livro (o 'Grande Livro da Grávida', da Drª Marcela Forjaz, que vos mostrei na outra publicação), comprei roupa nova, encomendei umas coisinhas para o bebé (quem é que resiste a um par de mini All Star?), informei-me sobre as aulas de yoga e pilates para grávidas na minha zona, comecei a fazer um plano de exercícios adequado, comecei a ter (ainda) mais cuidado com a minha alimentação e a esforçar-me por descansar, relaxar, dormir sestinhas e distrair-me.

All Star para bebé :D Comprei pela Amazon :)


E o tempo foi passando até às catorze semanas. Muuuuito lentamente.