And I ain't gonna lie, cause your loving gets me high,
So to keep you by my side, there's nothing that I won't try.
Butterflies in her eyes and looks to kill,
Time is passing, I'm asking could this be real?
Cause I can't sleep, I can't hold still,
The only thing I really know is she got sex appeal.
I can feel too much is never enough,
You're always there to lift me up when these times get rough.
So to keep you by my side, there's nothing that I won't try.
Butterflies in her eyes and looks to kill,
Time is passing, I'm asking could this be real?
Cause I can't sleep, I can't hold still,
The only thing I really know is she got sex appeal.
I can feel too much is never enough,
You're always there to lift me up when these times get rough.
I was lost, now I'm found ever since you've been around.
You're the women that I want so yo, I'm putting it down.
You're the women that I want so yo, I'm putting it down.
CrazyTown
Ser interno do primeiro ano da especialidade é parecido com ser bebé. De repente há todo um mundo de coisas para aprender, todo um conjunto de estímulos para experimentar e um sem número de limites que temos de descobrir sozinhos. De certa forma, temos de percorrer novamente todo o percurso: gatinhar até à nossa primeira consulta, balbuciar a nossa primeira palavra numa reunião de discussão de casos, dar os primeiros passos na elaboração de estudos científicos e sobreviver à base de leite (com quantidades industriais de café lá dentro).
Ser o bebé do serviço tem inegavelmente as suas vantagens, mas tem também inúmeras desvantagens: sentimo-nos frequentemente inseguros e sozinhos, ficamos assoberbados com a quantidade de conhecimentos e aprendizagens que necessitamos de adquirir, preocupamo-nos demasiado com situações que estão fora do nosso controlo e desesperamos com os detalhes mais ridículos.
E depois há o Pedro, o meu urso fortalhão.
Tal como no sentido bíblico, o Pedro é uma pedra. A minha pedra.
E foi assim que o primeiro ano da especialidade nos encontrou: eu, a histérica do costume, a alternar entre a confiança total e a insegurança paralisante, e o Pedro, o relaxado do costume, a assumir o seu estado basal de paz interior. Até que a primeira cirurgia dele foi marcada.
E o meu Pedro, a minha pedra, tremeu.
De repente, também ele ficou inseguro. De repente, também ele ficou ansioso. De repente, também ele precisava de uma pedra.
E eu esqueci as minhas choraminguices e convoquei a confiança que ele precisava naquele momento, mesmo que eu própria estivesse
No fim correu tudo lindamente e o Pedro salvou uma vida. E essa é indiscutivelmente a maior vantagem de ser interno do primeiro ano da especialidade. Porque há várias formas de salvar a vida de alguém: podemos ouvir no momento certo, excisar um pterígio, ensinar técnicas cognitivo-comportamentais para parar a encoprese, pedir análises para ver a função tiroideia ou até medir a tensão arterial numa consulta de rotina, mas estamos sempre a salvar aquela vida aos bocadinhos.
O bocadinho do Pedro ficou feito neste dia. E por isso festejámos como ele merecia: com uma fornada de quarenta das bolachas preferidas dele, devidamente adaptadas para a alimentação paleo e igualmente deliciosas.
Ele comeu-as todas em dois dias. E eu soube que a minha pedra estava de volta.
Bolachas de amendoim e chocolate (sem glúten, sem açúcar)
Ingredientes (para cerca de vinte bolachas):
* 100g de tâmaras;
* 50g de manteiga;
* 75g de manteiga de amendoim caseira (receita aqui);
* Um ovo;
* 100g de polvilho doce (fécula de mandioca);
* Meia colher de chá de fermento;
* Meia colher de chá de bicarbonato de sódio;
* 100g de pepitas de chocolate.
Confecção:
* Aquecer as tâmaras no microondas durante trinta segundos e picar na picadora até ficarem em pasta;
* Bater a pasta de tâmaras, a manteiga e a manteiga de amendoim até ficar um creme;
* Juntar o ovo, o polvilho doce, o fermento e o bicarbonato e envolver bem;
* Acrescentar as pepitas de chocolate;
* Formar pequenas bolinhas com a mão e colocar num tabuleiro coberto com papel vegetal;
* Espalmar um pouco a bola para criar o formato de bolacha;
* Levar ao forno pré-aquecido a 180º durante treze a quinze minutos;
* Retirar do forno e deixar arrefecer completamente sobre uma rede de cozinha.