People try to put us down,
Talking about my generation.
Just because we get around,
Talking about my generation.
Things they do look awful cold,
Talking about my generation.
I hope I die before I get old.
Talking about my generation.
My generation,
This is my generation, baby.
The Who
Talking about my generation.
Things they do look awful cold,
Talking about my generation.
I hope I die before I get old.
Talking about my generation.
My generation,
This is my generation, baby.
The Who
Eu adorei as praxes da minha faculdade. Diverti-me à brava, conheci imensas pessoas fixes (como o Pedro e a Joana!) e de certa forma senti-me apoiada naquela que foi sem sombra de dúvida uma fase muito assustadora da minha vida - afinal, era apenas uma miúda de dezoito anos e estava sozinha numa cidade estranha e desconhecida.
Nunca vivi nas praxes os relatos tenebrosos que ouvia na comunicação social - nas nossas praxes cantávamos, dançávamos, fazíamos brincadeiras e jogos e conhecíamos outros caloiros e veteranos, e nunca fiz nada que não quisesse ou que me fizesse sentir desconfortável.
No fim, gostávamos tanto daquilo que começámos a praxar-nos uns aos outros.
No segundo ano ainda fui para o grémio académico (a comissão que regula as praxes), mas depressa desisti. Nunca gostei particularmente de praxar, e sentia sempre uma pontinha de inveja nostálgica por não ser eu a estar do outro lado.
Um dia, acabámos as praxes no Rossio. Aproveitámos para ir beber uma ginja à Ginjinha antes do jantar, e como éramos um grupo de seis pessoas concluímos que ficava mais barato comprarmos uma garrafa de ginja a dividir pelos seis em vez de comprarmos apenas o copinho. Bebida a garrafa, decidimos vir de metro para nossa casa e jantar todos juntos.
Eu trazia a garrafa vazia na mão - na altura fazíamos uma colecção de garrafas vazias com alguma espécie de significado emocional para nós, e aquela tinha sido de facto uma tarde muito divertida. Vínhamos trajados no metro, a conversar e a rir. E de repente o meu olhar cruzou-se com o de uma senhora que ia do outro lado da carruagem.
Na cara dela via-se um esgar crítico, que foi prontamente acompanhado por um olhar frio e um aceno reprovador. Olhou-me da cabeça aos pés, abanou a cabeça e desviou o olhar, certamente a pensar que a nossa geração estava perdida.
E eu fiquei ali, sem perceber o que tínhamos feito de errado. Estudávamos na faculdade, íamos ser médicos, estávamos a andar de transportes públicos depois de termos bebido, nenhum de nós estava minimamente alcoolizado (nem nada que se pareça!), estávamos a conversar sobre assuntos normalíssimos do nosso dia-a-dia, íamos discutindo sobre o que seria o jantar... Qual era ao certo o problema?
Com o tempo percebi que o problema não estava dentro de nós, mas sim dentro das pessoas que acham que as gerações seguintes são piores porque são, simplesmente, diferentes. Com o tempo compreendi que passar por determinadas experiências faz parte do crecimento normal, por muito que as pessoas mais velhas se esqueçam disso. Com o tempo tornei-me o oposto daquele olhar frio acompanhado de um aceno reprovador.
E hoje tenho ainda muitas saudades das praxes. De tal maneira que continuo a praxar os meus amigos, mas agora de uma forma um bocadinho diferente: com comida.
É assim que eles são frequentemente cobaias de doces sem açúcar, queques sem glúten, brownies com feijão ou bolos com beterraba, e tudo isto sem fazerem a mínima ideia do que estão a comer. Enchem as barrigas com convicção, lambuzam-se cheios de satisfação e no fim são surpreendidos pela revelação dos factos - o que comeram era saudável!
(Muahuahuahuahuah) :D
Assim sendo, actualmente lamento informar que eles quase têm medo de comer o que lhes dou, como se temessem descobrir qual será a novidade seguinte. E por isso quando eu ofereci esta granola recebi em troca olhares de desconfiança - afinal, que praxe viria aí desta vez?
Não era praxe nenhuma, claro. É só uma simples granola. Sem glúten. E sem açúcar. Mas com muito, muito sabor :)
Granola de amêndoa e coco (receita adaptada do blog 'Lovely Little Kitchen')
Ingredientes:
* Três quartos de chávena de amêndoa picada;
* Um quarto de chávena de coco ralado;
* Três chávenas de flocos de aveia finos (certifiquem-se que são sem glúten!);
* Quatro colheres de sopa de nozes pecan picadas (opcional);
* Uma pitada de sal;
* Um terço de chávena de mel;
* Três colheres de sopa de óleo de coco;
* Meia colher de sopa de essência de baunilha.
Confecção:
* Misturar a amêndoa, o coco ralado, os flocos de aveia, as nozes pecan e o sal;
* À parte juntar o mel e o óleo de coco e derreter no microondas durante aproximadamente trinta segundos;
* Acrescentar a essência de baunilha e misturar com os ingredientes secos;
* Colocar sobre um tabuleiro coberto com papel vegetal e levar ao forno pré-aquecido a 180º durante
dez minutos;
* Deixar arrefecer completamente, partir em pedaços e guardar num recipiente hermético.
Até amanhã! :D