2 de dezembro de 2020

Devaneios aleatórios e variados.

Hoje dei por mim a pensar que este ano me fez sentir mais agradecida por aquilo que tenho, não só por causa da pandemia, mas também pelas coisas que foram acontecendo à nossa volta. Foi, no geral, um ano em que dei ainda mais valor ao Pedro, aos meus miúdos, aos meus pais, à minha avó toda triquiteira e saudável, aos meus amigos-família, aos meus amigos-amigos, aos meus amigos-colegas, enfim, a todo o grupo de pessoas que me rodeia. 

Também foi um ano em que percebi que viajar não é assiiiiiim tão imprescindível na minha vida, e que fico feliz com os nossos passeios, os nossos museus, as nossas descobertas em família. Descobrir isso sobre mim foi surpreendente, há uns anos juraria que viajar era vital para a minha existência. Pois, olhem, este ano não viajei e não morri, por isso se calhar preciso de assumir que estou diferente :) Agora a mudança de ares começa a revelar-se mais importante, e decidimos que nos próximos anos vamos estar mais focados em poupar para mudarmos para uma casa maior, com mais espaço (principalmente exterior, porque a nossa casa actual nem sequer tem varanda). Não vamos deixar de viajar (aliás, a nossa viagem ao México está ali bem guardadinha à espera de melhores dias e já temos um montão de ideias novas), mas este ano também nos ensinou a amar (mais) isto que temos aqui. 

Quero muito ter um terceiro filho. Não compreendo isto, passo os meses depois do nascimento dos miúdos a chorar-me porque nunca mais acabo o internato, e depois quando volto ao trabalho desato a pensar em ter mais filhos... E atrasar ainda mais o internato. Chata queixosa forever. Óbvio que já tenho nomes decididos (Joaquim para menino, Luísa para menina)... Só falta convencer o Pedro, que desde que a Gabriela nasceu diz que se calhar ficamos por aqui, inicialmente pelo trauma dos primeiros meses de berranço da Gabi, e agora porque simplesmente se sente completo assim. Mas eu não sinto. Difícil isto. Enquanto as negociações decorrem, ao menos sempre avanço no internato :)

A minha festa de anos vai ser com o tema da Anastasia, o filme de desenhos animados de 1997. Na teoria achei que seria facílimo planear uma festa da Anastasia, mas na prática tem sido bastante desafiante porque não há nada em lado nenhum: nem ideias no Pinterest, nem cartazes no Etsy, nem produtos no Amazon ou no Ebay, nem coisinhas no AliExpress, nada de nada. Encomendei uma réplica da caixa de música do filme, pedi à minha mãe para me fazer um vestido igual ao do ballet (o roxo) e vai ser uma espécie de festa híbrida Romanov-Paris-São Petersburgo. Já que vai ser outra festa só para nós, pelo menos vou com tudo, até com direito a roupa da Anastasia (e também encomendei o colar do 'Together in Paris' do Etsy). 

Ando a tentar convencer o Pedro a fazer uma festa de aniversário do Futurama. Adoramos a série e acho que dava um óptimo tema para uma festa maaaaas o Pedro está a ser o peixe morto do costume, embora tenha adorado a festa do Breaking Bad deste ano. Por outro lado, o Matias já decidiu o tema da festa de anos dele: o Mesozóico. Sim, true story. O meu filho quer uma festa com tudo a que tem direito: répteis marinhos e voadores e dinossauros de todos os períodos, que não há cá festas só com dinossauros do Jurássico ou do Cretácico. Sem surpresas, também decidiu que quer vestir-se de dinossauro no Carnaval, e disse que a Gabriela devia vestir-se de, e cito, 'pedra que caiu do céu e matou os dinossauros porque assim podemos brincar às lutas'. Muito espirituoso este miúdo. Já ando à procura de fatos de meteorito para bebés, obviamente. 

Entretanto não há qualquer notícia em relação às nossas férias, o que nós assumimos que são boas notícias (no news is good news). Ainda não sabemos como será a logística do Natal. Os meus pais e a minha avó estão no Porto, o meu irmão regressou a Lisboa, contando com os miúdos seremos oito, ainda não sabemos como ou onde, aguardamos medidas e o que tiver de ser, será. O Matias só pediu uma prenda ao Pai Natal, pareceu confuso com a ideia de pedir várias, quis uns Legos do Super Mario. Também lhe comprámos um skate novo porque o antigo estragou-se e acho que ele vai delirar. 

À nossa volta (e de todos, acredito) vão agora surgindo casos, em pessoas com quem contactamos do ponto de vista profissional. Vamos mantendo cuidados, contactos sempre de máscara, o costume. Temos estado todos finos, e até a Gabriela que entrou na creche só teve até agora uma gastroenterite e uma laringite (que passou para nós, mas enfim). Os nossos hospitais estão terríveis (vá, o do Pedro nunca deixou de estar) e ver as listas de internados dá-nos vontade de ser os primeiros da fila das vacinas. 

A pandemia foi também uma óptima impulsionadora da minha dieta: nada como a obesidade ser factor de risco para complicações para convencer-me a perder peso. Continua tudo em velocidade de cruzeiro nesse aspecto, e depois de ter acabado a gravidez com 95 quilos, neste momento já perdi mais de 30 e estou quase a chegar ao meu peso-objectivo (yey para mim). Continuo com os meus treinos com a minha PT e, pasme-se, adoro. Eu, Joana Macieira, agora adoro treinar. Se calhar sempre gostei e nunca tinha encontrado o registo que funciona comigo - estar em casa, vir alguém ter comigo, treinar, arrastar-me para o banho, descansar no meu sofá. Noto diferenças brutais na minha qualidade de vida com os treinos, desde a agilidade à energia e ao humor. 

Os miúdos estão bem na escola, o Matias tem amigos e gosta da educadora, estamos satisfeitíssimos com a escola pública. A Gabriela adora música, bater palminhas e dizer adeus e já diz mamã e papá, saiu-nos um primeiro filho despachado do ponto de vista motor e atrasadinho da fala e uma segunda filha que adora pessoas e festa e já fala, mas também gosta de ser carregada de um lado para o outro. 

O meu irmão voltou da Suíça, agora para ficar. A Joana e o Bernardo estão a viver em Lisboa, agora para ficar. Vemo-los pouco na mesma, com as logísticas da vida de médicos. O Nuno voltou à vida da Joana e ela está feliz, por isso nós também estamos felizes. 

O Pedro tem trabalhado praticamente todos os Sábados, por isso eu tenho saído com os miúdos. Ficar em casa todo o dia estava a fazer-me fritar a pipoca, e sair faz uma diferença brutal no meu humor para o resto do fim-de-semana. Temos passado momentos mesmo muito divertidos. 

E pronto, fim do registo :)