Não sou especialista no assunto. Aprendi praticamente tudo o que sei com os meus pais, que sempre planearam sozinhos as viagens que fomos fazendo ao longo dos anos. Com o tempo fui aperfeiçoando alguns detalhes, e hoje em dia não acho que dê assiiiim tanto trabalho planear uma viagem. Querem ver? :D
1. A ideia
Sem plano, não há viagem :) A ideia para uma viagem pode surgir-vos das mais variadas formas. O nosso Inter Rail até Amesterdão foi pensado numa aula de farmacologia sobre drogas, a nossa viagem a Nova Iorque em Outubro surgiu na sequência de uma aposta, a ida a Roma surgiu para realizar um sonho antigo da minha avó e desde que vi as fotos que o Burga tirou da aurora boreal que ando a engenhar uma visita à Lapónia (agora só falta convencer o Pedro!) :D
2. A altura certa
Este ano tínhamos programado fazer uma road trip pela Suíça e pela Alemanha, mas surgiu o curso do Pedro em São Paulo e acabámos a visitar o Rio de Janeiro e a Amazónia. Também tínhamos pensado ir de barco à vela até à Madeira, mas como só consegui tirar cinco dias úteis de férias em Julho fizemos a road trip em Itália. Nem sempre os nossos planos iniciais conseguem ser cumpridos, por isso é importante terem alguma margem de manobra mental :)
3. A companhia
Como imaginam, é essencial ter uma boa companhia para viajar. Já ouvi relatos de viagens inteiras que foram arruinadas por discussões, dramas e autênticas telenovelas mexicanas, por isso o melhor é optarem por viajar com pessoas com quem se dêem muito bem, que sejam práticas e descomplicadas e que gostem de viajar :) Eu viajo sempre com as vítimas do costume: a minha família, o Pedro e a Joana e o Bernardo. Em última análise, viajar sozinho também pode ser uma hipótese :) Geralmente optamos por dividir as tarefas em relação ao planeamento: alguém fica responsável por pesquisar os melhores voos, outra pessoa fica responsável por pesquisar os hotéis, outra fica com os percursos ou os museus e atracções em geral... Vai dependendo da viagem em questão :)
É importante saberem desde o início quanto é que pretendem gastar e manterem-se fiéis ao orçamento. Eu opto por trabalhar com intervalos de preços - um tecto mínimo e um tecto máximo. Fazer uma viagem curta para a Europa terá sempre um preço diferente do que fazer uma viagem longa para outro local, por isso também é importante adequarem as expectativas e estabelecerem prioridades. Por aqui quando o dinheiro não abunda optamos por ficar em hostéis (como vai acontecer em Nova Iorque e como já aconteceu num monte de outros destinos), comprar a comidinha no supermercado ou comer em restaurantes mais baratos, poupar nos souvenirs, comparar preços de companhias aéreas e hotéis...
5. A bibliografia
Por aqui somos fãs dos guias da Lonely Planet e dos guias mapa. Também uso e abuso do Tripadvisor. Para os voos utilizo o Skyscanner, mas marco sempre nos sites das companhias aéreas. Para escolher os hotéis, normalmente opto por explorar os rankings do Tripadvisor e reservar no site do hotel :) Recentemente também tenho procurado inspiração em alguns sites de agências de viagens que têm os percursos disponíveis, como a Viagens Abreu (não se assustem com os preços, cá em casa normalmente conseguimos viajar por metade dos preços deles). Para alugar carros usamos a Hertz, a Europcar ou a Avis e vamos comparando os preços.
6. Começar!
Normalmente organizamos tudo da seguinte forma: primeiro exploramos o que há para fazer e decidimos quantos dias queremos ficar em determinado local, de seguida marcamos o voo, depois reservamos os hotéis e no fim só falta decidir o que fazer em cada dia :) É sempre preferível marcar tudo com o máximo de antecedência possível, porque arranjam-se preços bem mais simpáticos :) Nós tentamos sempre marcar as viagens com três a seis meses de antecedência, mas claro que depende da viagem em questão: comprámos os voos para Nova Iorque nove meses antes, mas os voos para Itália só foram reservados com um mês de antecedência e só marcámos os nossos hotéis para a viagem ao Douro na véspera :)
7. Ter muuuuita calma :)
Planear viagens dá muito trabalho, mas no fim fazemos o que queremos e visitamos o que escolhemos. Nós damo-nos bem com este sistema de sermos nós a planear tudo, mas há quem stresse imenso com isto e depois não se consiga abstrair e aproveitar a viagem. Se planear a viagem é uma seca e ficam logo com vontade de desistir, então recorrer a uma agência de viagens é mais sensato - até porque o objectivo é divertirem-se :)
8. Perguntar!
Perguntem informações a toda a gente: amigos, colegas de trabalho, grupos no Facebook, recepcionistas dos hotéis, motoristas dos autocarros, pessoas aleatórias na rua, outros turistas, funcionários dos restaurantes e dos museus, funcionários dos cafés e das lojas... Regra geral toda a gente é prestável se usarem um princípio muito simples - sorrisos atraem sorrisos, simpatia atrai simpatia :)
9. Espontaneidade!
Programem tempo livre para não fazerem nada. Planeiem perder-se. Deixem espaço para os atrasos, os cancelamentos de última hora ou os imprevistos. Mudem de planos a meio. Ou, como dizemos cá em casa, 'Fuck the police' :D
10. A análise
Depois de todas as viagens fazemos uma pequena análise do que correu bem, o que correu mal, quanto gastámos no total, o que mais gostámos de ver e o que podíamos ter dispensado (porque também há erros de casting). É normal que nas primeiras viagens fiquem algumas arestas para limar, mas nós fomos ficando melhores no planeamento ao longo do tempo :) Tal como em tantas outras coisas, planear viagens é algo que aprendemos e melhoramos com a experiência, por isso independentemente das dicas o meu melhor conselho é mesmo que façam as malas e partam pelo mundo :D
E penso que é isto. Se tiverem dúvidas podem deixá-las nos comentários :)