'Part of growing up is not waiting in line at a hipster breakfast restaurant.
The eggs taste the same across the street. I promise.'
- Jason Segel
'Rather be dead than cool.'
- Kurt Cobain
Há seis meses escrevi aqui que era a pessoa menos hipster chic do planeta porque não calçava Josefinas, não conhecia as hamburguerias da moda e não gostava de gin.
Também não sabia que vinhos combinavam com determinados queijos, não vestia roupas vintage, não frequentava espaços trendy e nunca tinha ido ao brunch. Além disso, nunca ia a feiras de artigos em segunda mão nem a pastelarias chiques, não conhecia restaurantes de sushi com nomes pomposos e não andava a treinar para correr a maratona.
Não tinha Instagram nem Twitter e não lia a Time Out. Era a pessoa mais aborrecida de sempre, rematava eu a dada altura.
Entretanto muita coisa aconteceu. Conheci algumas hamburguerias da moda e provei vários tipos de gin. Aprendi mais sobre vinhos a ler a Saveurs e fui duas vezes ao brunch. Fui a algumas pastelarias chiques e a um restaurante de sushi com um nome pomposo, embora nunca tenha ido a uma feira de artigos em segunda mão e não consiga sequer conceber uma realidade em que esteja a treinar para a maratona.
Entretanto criei um Instagram. Não leio a Time Out, mas todos os fins-de-semana vejo a agenda cultural para saber o que há de interessante para fazer em Lisboa.
E, segundo os meus amigos que entendem do assunto, parece que me tornei uma hipster.
Não consegui evitar erguer o sobrolho com um ar rezingão quando fui confrontada com esta hipótese. Mas os meus amigos apresentaram argumentos irrefutáveis: faço o meu próprio gin, sou perfeitamente capaz de manter longas conversas sobre o cinema sul-coreano e adoro ter argumentações metafísicas sobre as distopias, por isso parece que estou a um livro do Nietzsche de passar para o lado negro da força e tornar-me oficialmente uma pessoa cool.
O pior? Parece que (e mais uma vez, segundo os meus amigos que entendem do assunto) as pessoas realmente hipsters são aquelas que não o querem ser: ou seja, se actualmente já é mainstream ser hipster, então eu sou hipster porque não quero ser hipster. Confusos? Pois, eu também fiquei.
Independentemente da etiqueta que quiserem colocar-me, há um facto irrefutável: desde que comecei a experimentar os gins da Taberna Moderna apaixonei-me loucamente por gin tónico, e foi um pulinho até comprar a parafernália necessária e começar a fazer gin em casa. Assim sendo, esta tornou-se a nossa forma preferida se celebrar a chegada do fim da semana: com uma boa série no portátil, um copo de gin tónico na mão e uma manta quentinha nas pernas.
Se isso faz de mim hipster, então assim o seja.
Gin tónico
Ingredientes:
* Gin;
* Água tónica;
* Gelo q.b.;
* Aromatizantes para o gin a gosto - eu usei casca de limão, pau de canela, kumquat desidratado e pétalas de rosa e o Pedro usou casca de limão, pimenta rosa, zimbro, cardamomo e anis.
Confecção:
Imagem retirada do site 'Gin Lovers' |
* Colocar o copo no frigorífico algum tempo antes de preparar o gin;
* Esfregar os bordos do copo com um pedaço de casca de laranja ou limão;
* Colocar o gelo no copo;
* Juntar os ingredientes escolhidos no gelo;
* Acrescentar 50ml do gin escolhido;
* Com o auxílio de uma colher própria, verter lentamente 200ml de água tónica.
Até amanhã! :D