There was a time, I met a girl of a different kind.
We ruled the world, I thought I'd never lose her out of sight.
We were so young, I think of her now and then.
I still hear the song that reminded me of a friend.
Upon a hill across the blue lake,
That's where I had my first heartbreak.
I still remember how it all changed.
My father said,
We ruled the world, I thought I'd never lose her out of sight.
We were so young, I think of her now and then.
I still hear the song that reminded me of a friend.
Upon a hill across the blue lake,
That's where I had my first heartbreak.
I still remember how it all changed.
My father said,
'Don't you worry, don't you worry, child.
See heaven's got a plan for you.
Don't you worry, don't you worry now.'
See heaven's got a plan for you.
Don't you worry, don't you worry now.'
Swedish House Mafia
Há dois meses que a minha amiga Joana se mudou para Leiria para perseguir aquele que era o seu grande sonho de infância: ser pediatra.
A Joana sabia que não ia ser fácil. Depois do pai dela ter emigrado para o outro lado do planeta (literalmente) há três anos atrás, chegou a altura da Joana também sair de casa e deixar para trás a mãe, a irmã, os três cães, os dois gatos e os amigos.
Não é a China, é Leiria. Mas eu sei que todas as distâncias nos parecem demasiado longínquas quando vamos viver sozinhos pela primeira vez.
Como seria de esperar, os primeiros tempos da Joana foram complicados. Os telefonemas eram pautados por frases curtas ditas com uma voz tristinha, os encontros mostravam-nos a cara cansada de quem vive entre o trabalho e uma casa vazia. A resignação pela ida dela transformou-se na preocupação para que tudo ficasse bem, embora soubéssemos melhor do que ninguém a avalanche de emoções que sentimos quando estamos numa cidade nova (e talvez precisamente por sabermos tão bem aquilo por que ela estava a passar é que estávamos tão apreensivos).
A Joana sobreviveu. Ambientou-se. Gosta do que faz. Salva criancinhas. E vai ser uma pediatra dos diabos.
Não me vou alongar muito. Sei que a Joana lê o meu blog com frequência, e não quero que ela chore. Sei que nos últimos tempos aquelas bochechas queridas já viram lágrimas demais onde só costumavam aparecer sorrisos abertos.
Mas quero que ela saiba que penso nela todos os dias, especialmente quando faço almoços e jantares simples e me lembro da chatice que era quando vim viver sozinha para Lisboa e tinha que cozinhar só para mim. Lembro-me da preguiça, da inércia, do quentinho do sofá e do chamamento do prato de cereais com iogurte. Lembro-me da satisfação que sentia quando comia comida caseira após passar algum tempo sem investir particularmente na cozinha, e lembro-me do quanto isso me aquecia a alma e o coração.
E embora à distância, tento aquecer um bocadinho a alma e o coração da Joana. E cozinho para ela, na esperança que ela descubra dentro dela a vontade de cozinhar para si depois de um dia passado a salvar criancinhas, como ela sempre sonhou.
Almôndegas com molho barbecue
Ingredientes (para quatro pessoas):
* 500g de carne de vaca picada (não processada);
* Uma colher de chá de paprika;
* Uma colher de chá de pimentão-doce;
* Uma pitada de sal;
* Uma pitada de piri-piri;
* Uma pitada de cominhos;
* Uma pitada de coentros;
* Uma colher de chá de orégãos;
* Pão ralado caseiro q.b. (receita aqui);
* Uma cebola picada;
* Dois dentes de alho picados;
* Um fio de azeite;
* Uma chávena de molho barbecue caseiro (receita aqui).
Confecção:
* Misturar a carne picada com a paprika, o pimentão-doce, o sal, o piri-piri, os cominhos, os coentros e os orégãos e amassar bem;
* Se necessário, juntar pão ralado até se conseguir moldar bolinhas;
* Refogar a cebola picada e o alho picado num fio de azeite e juntar as almôndegas;
* Deixar refogar e juntar o molho barbecue;
* Cozinhar em lume brando até a carne ficar pronta.
Até amanhã! :D