But we had time against us and miles between us.
The heavens cried, I know I left you speechless.
But now the sky has cleared and it's blue,
And I see my future in you.
I'll be waiting for you when you're ready to love me again.
I put my hands up, I'll do everything different,
I'll be better to you.
The heavens cried, I know I left you speechless.
But now the sky has cleared and it's blue,
And I see my future in you.
I'll be waiting for you when you're ready to love me again.
I put my hands up, I'll do everything different,
I'll be better to you.
Adele
Lembram-se da euforia que foi quando os queques de pêra e canela com crumble de amêndoa me fizeram voltar a apaixonar de uma forma inocente e adolescente por aquilo que era já o meu amor sereno e estável pelos queques? Estes iogurtes de ananás fizeram a mesma coisa pelos iogurtes.
Passo a explicar: depois de uma primeira fase de histeria extrema em que saíam da minha cozinha duas ou três receitas de iogurtes por semana, atingi uma espécie de rotina simpática em que fazia uma receita por semana ou de duas em duas semanas. A chegada do frio do Inverno não ajudou, a agenda mais apertada do início da especialidade também não, e a escassez de ideias originais deu o golpe final nesta relação, que ficou quase a roçar o moribundo.
Não houve propriamente uma ruptura abrupta, mas com o tempo percebi que ocorreu um desinvestimento da minha parte. E decidi voltar a entregar-me a esta relação.
A compota de ananás que a mãe do Bernardo me enviou deu o mote a estes iogurtes, e também a uns queques que irei publicar daqui a algum tempo. Uma compota simultaneamente doce e ácida, com uma consistência perfeita, que me fez devorar estes iogurtes uns atrás dos outros.
Três dias depois, já precisava de uma nova fornada. A paixão estava de volta.
Na verdade, há algum tempo que a mãe do Bernardo me envia carinhosamente frasquinhos de compota, creio eu como forma de agradecimento pelos docinhos com que presenteio um dos nossos amigos mais queridos. Todas elas eram deliciosas, mas esta de ananás ficou para a história de tal forma que até me pareceu pecaminoso pedir a receita - como se estivesse a insinuar que a mãe do Bernardo devia quebrar um segredo precioso.
Por isso desculpem, mas a receita que se segue não traz consigo a informação de como se faz a compota de ananás dos deuses. Por outro lado, partilho convosco um pequeno truque que descobri recentemente: usar leite fresco gordo faz com que os iogurtes fiquem muito mais cremosos.
Talvez um dia ganhe coragem e peça a receita à minha musa das compotas, mas até lá basta-me recordar com um quentinho na barriga aqueles que foram sem sombra de dúvida os melhores iogurtes de sempre. E começar a recuperar esta relação, porque indubitavelmente ela merece.
Iogurtes de ananás
Ingredientes (para sete iogurtes):
* Um litro de leite fresco gordo;
* Três colheres de sopa de leite em pó magro;
* Três colheres de sopa de açúcar branco;
* Um iogurte natural;
* Sete colheres de chá de compota de ananás.
Confecção:
* Numa panela colocar o leite, o leite em pó e o açúcar e mexer com uma vara de arames;
* Levar ao lume até ferver e deixar arrefecer;
* Quando estiver morno juntar o iogurte, misturando com a vara de arames;
* Colocar uma colher de chá de compota de ananás em cada copinho de iogurte e cobrir com o leite;
* Levar à iogurteira durante cerca de dez horas;
* Transferir para o frigorífico durante pelo menos quatro horas.
Tenham uma óptima semana :D