Por ruelas e calçadas,
Da Ribeira até à Foz,
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.
Esse teu ar grave e sério,
Dum rosto de cantaria,
Que nos oculta o mistério,
Dessa luz bela e sombria.
Da Ribeira até à Foz,
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.
Esse teu ar grave e sério,
Dum rosto de cantaria,
Que nos oculta o mistério,
Dessa luz bela e sombria.
Há seis anos que vivo em Lisboa, e ainda recordo como se fosse ontem o dia em que soube que vinha para cá.
As colocações na faculdade saíam à meia-noite, e desde as dez que eu estava em frente ao computador, a actualizar a página de cinco em cinco minutos. No entanto, quando finalmente saíram os resultados não havia na minha página nenhuma bolinha sorridente, como acontecia com as pessoas que tinham entrado na sua primeira opção. Entrei na faculdade em Lisboa.
Em minha casa a garrafa de champanhe ficou por abrir. Ficámos todos a olhar uns para os outros, com uma sensação agridoce na boca e com imensas dúvidas por responder.
E depois eu vi a média do último colocado na minha faculdade, e era igual à minha. Eu tinha sido a última pessoa a entrar.
(Posteriormente descobri que na verdade o Pedro foi a última pessoa a entrar, mas com uma média igual à minha.)
Não vos consigo descrever o que senti quando pensei que tinha sido a última pessoa a entrar no curso. Pensei que era o destino. Pensei que tinha uma sorte tremenda. E senti-me muito abençoada por ter conseguido cumprir o meu sonho.
De repente entrar no Porto, em Lisboa ou na China não me parecia minimamente importante: eu tinha entrado em Medicina. A garrafa de champanhe continuou por abrir, mas dentro do meu coração eu soube que tudo ia correr bem.
Seis anos depois, faltam três meses para acabar o curso. E garanto-vos que nunca olhei para trás. No entanto, morro de saudades do meu Porto - a minha cidade, o sítio onde nasci e cresci, a cidade onde as pessoas sabem o que é uma carcela ou uma cruzeta.
Quando a saudade aperta bem fundo cá no peito, nada melhor do que um belo pratinho de tripas à moda do Porto. E se não gostarem de tripas, como eu? Não há problema, porque no Porto toda a gente é bem-vinda :D
Tripas à moda do Porto sem tripas, ou feijoada de frango
Ingredientes (para oito pessoas):
* 500g de peito de frango cortado em cubos;
* Três rodelas grossas de salpicão cortadas em cubinhos;
* 800g de feijão manteiga cozido;
* Duas cenouras às rodelas;
* Uma cebola picada;
* Salsa picada (usei congelada);
* Duas folhas de louro;
* Uma colher de chá bem cheia de cominhos;
* Uma colher de chá de pimentão-doce;
* Uma colher de chá de paprika;
* Uma pitada de piri-piri;
* 500g de peito de frango cortado em cubos;
* Três rodelas grossas de salpicão cortadas em cubinhos;
* 800g de feijão manteiga cozido;
* Duas cenouras às rodelas;
* Uma cebola picada;
* Salsa picada (usei congelada);
* Duas folhas de louro;
* Uma colher de chá bem cheia de cominhos;
* Uma colher de chá de pimentão-doce;
* Uma colher de chá de paprika;
* Uma pitada de piri-piri;
* Uma pitada de sal;
* Um fio de azeite;
* 100ml de vinho branco.
Confecção:
* Refogar a cebola picada num fio de azeite;
* Juntar o peito de frango cortado aos cubos e deixar dourar um pouquinho;
* Temperar com a salsa picada, as folhas de louro, o pimentão doce, os cominhos, o piri-piri e uma pitada de sal;
* Juntar os cubinhos de salpicão e as rodelas de cenoura;
* Juntar o feijão manteiga cozido;
* Regar com o vinho branco e deixar cozinhar.
Esta receita não é mais do que a receita original de tripas à moda do Porto adaptada e sem tripas, orelha de porco, mão de vaca e entremeada. Pode parecer uma simples feijoada de frango, mas eu acho que tem um sabor bastante semelhante à receita original, não fosse este prato bem rico em cominhos :D Independentemente do nome que lhe quiserem dar, fica um prato delicioso :D
* 100ml de vinho branco.
Confecção:
* Refogar a cebola picada num fio de azeite;
* Juntar o peito de frango cortado aos cubos e deixar dourar um pouquinho;
* Temperar com a salsa picada, as folhas de louro, o pimentão doce, os cominhos, o piri-piri e uma pitada de sal;
* Juntar os cubinhos de salpicão e as rodelas de cenoura;
* Juntar o feijão manteiga cozido;
* Regar com o vinho branco e deixar cozinhar.
Esta receita não é mais do que a receita original de tripas à moda do Porto adaptada e sem tripas, orelha de porco, mão de vaca e entremeada. Pode parecer uma simples feijoada de frango, mas eu acho que tem um sabor bastante semelhante à receita original, não fosse este prato bem rico em cominhos :D Independentemente do nome que lhe quiserem dar, fica um prato delicioso :D
Até amanhã! :D