17 de outubro de 2020

Halloween 2020 #2

Lembro-me que depois de ter visto o Titanic pela primeira vez (com oito anos, portanto) perguntei à minha avó se se lembrava de ver o Titanic a afundar na televisão (tudo nesta frase está errado até porque a minha avó ainda nem sequer era nascida, mas enfim). E às vezes penso que um dia os meus filhos e os meus netos perguntar-me-ão como foi viver em 2020 (sem dúvida quando tudo passar e gramarmos com as centenas de filmes que vão fazer sobre isto). 

Não conheço uma única pessoa que ache que 2020 está a ser um ano impecável, mas sei que quando falar disto com a distância e a sabedoria da idade vai tudo parecer... Menos mau. E isso tranquiliza-me nesta época tão estranha em que vivemos: pensar que um dia isto será apenas uma página na história que narra a nossa vida. 

Nos últimos tempos a minha narrativa tem tido muitas páginas novas. Umas boas, outras más, outras assim-assim. Os meus pais divorciaram-se e eu fiquei triste e zangada porque sou agora filha de pais divorciados, porque não percebi nada, porque estava agarrada à minha narrativa antiga e não vi que estavam a reescrevê-la, porque não estive atenta. Projectei massivamente isso no meu próprio casamento, afinal se o amor não ultrapassa tudo se calhar a minha história também não é para sempre, e o que aconteceu com eles também vai acontecer comigo. 

Zanguei-me com os meus amigos, que achavam tudo isto uma histeria pegada, já não tenho idade para ficar tão triste ou afectada, tenho a minha vida e a minha família, se tivesse doze anos era pior. Zanguei-me comigo, porque quase acreditei neles. 

Fiquei triste e zangada e chorei muito. Até ficar tudo pensado, até passar as páginas da história todas a limpo, até assinar, datar e encerrar o capítulo. 

Nas últimas semanas senti-me atropelada pela nova realidade da minha vida, a tentar gerir isto, dois miúdos pequenos a adaptarem-se a escolas diferentes, um marido que precisa de ser olhado, a bodeguice da dieta, um novo e desafiante estágio, três treinos semanais com a PT, a casa numa balda, consultas para fazer, trabalhos para fazer, comidas para fazer... E tudo por fazer. E precisei de parar para estabelecer um plano concreto de acção. 

Reduzi os treinos para duas vezes por semana. O Pedro trabalha até às 20h em dois dos dias da semana, por isso treinar três vezes implicava treinar em todos os dias restantes e dispensar esses 45 minutos passados em família. Não é nada que não se faça, mas não é o que eu preciso neste momento. 

Pedimos à nossa empregada para vir duas tardes por semana em vez de uma. Estamos cá sozinhos, sem apoio familiar, com empregos desafiantes e exigentes, a passar uma fase complexa das nossas vidas. Merecemos não andar num forrobodó de roupas e louças e preocupações domésticas. 

Mudámos ligeiramente algumas rotinas que eram mais difíceis para nós. Também mudei os meus dias de consulta, para estar mais disponível nos dias em que o Pedro está a operar. E percebemos que no próximo ano ele não pode trabalhar tantos Sábados, porque desorganiza por completo as nossas rotinas da semana (desde Agosto que ele trabalha praticamente todos os Sábados). 

Disse mais vezes que não podia, que não conseguia, que não dava... Ou que não queria. 

A dada altura esta semana vesti os fatos de Halloween aos miúdos e aproveitei para tirar umas fotos. Uma das fotos está engraçada e eu ri-me às gargalhadas. Ri até chorar de riso, e soube tão bem. 

E foi ali que fechei o capítulo. Está escrito. Vamos ao próximo. 

Dias cinzentos com cheirinhos bons :)


A primeira abóbora deste ano :)




Usei a abóbora para pôr flores :)


Bolachas de gengibre que comprei no Glood :D
Edredão de Halloween :D
E da Disney :D

Nova vela, da Tiger

Maçã envenenada da loja da Disney :)
Comprei uma abóbora para o Matias pintar, e outra que funciona a luz solar (tínhamos uma o ano passado mas o Matias partiu-a sem querer)
A abóbora faz sons maléficos :D

Caneca da Tiger

Chocolate para o Halloween :D
A toalha como estava, ainda em versão 2019 :)
Txaran :D
4 <3