10 de novembro de 2019

Pregnancy Diary #57

Tal como vaticinei, é óbvio que agora chegámos à semana 39 e eu já não quero ser induzida. Não estou menos cansada, nem menos farta, nem menos irritada: na verdade, sinto-me sensivelmente na mesma. A diferença é que às 37 semanas faltavam quatro para as 41, e agora... Faltam duas. E isso faz-me sentir muito mais tranquila.

Nesta fase geralmente a malta desdobra-se em dicas para induzir o parto, desde subir escadas a andar 10km na areia molhada da praia, ter relações sexuais, comer canela, comer picante, tomar banhos quentes e esperar pela mudança da lua. Sabem que mais? Os estudos dizem que nada disto resulta. Ninguém sabe ao certo o que dá início ao trabalho de parto (pensa-se que serão substâncias libertadas pelos pulmões do bebé), por isso eu tenho feito o que bem me apetece. Durmo o que me apetece, como o que me apetece, ando o que me apetece e faço o que me apetece. Na pior das hipóteses a cachopa está cá fora daqui a duas semanas, por isso só me resta mesmo esperar que passe rápido e continuar a fazer poker face aos inúmeros 'está quase' (na Quarta-feira foram doze!).

Às vezes também me sinto um bocadinho assoberbada com esta questão de ter outro filho, confesso. Parecendo que não, vamos dobrar a quantidade de filhos que temos. E isto quando eu na grande maioria dos dias ainda me sinto uma adulta de chocolate, apesar das inúmeras provas em contrário. De vez em quando a minha vida ainda me parece ligeiramente surreal, e sinto-me meia surpreendida com as coisas boas que me rodeiam, que não imaginei nem nos meus sonhos mais optimistas e que, honestamente, continuo a ter medo de não merecer.

Acho que tenho andado mais introspectiva nesta recta final da gravidez, mas também ainda mais agradecida por aquilo que a vida me deu até agora.

Ontem o Matias pediu para se sentar no meu colo e só consegui sentá-lo numa perna, porque a barriga impede que o sente nas duas. Disse-lhe que depois vou sentá-lo numa perna e à mana na outra e vamos brincar aos cavalinhos. E ele disse:

'E depois eu vou dar a mão à mana para ela não cair.'

Como não explodir de felicidade e agradecimento depois disto, a sério?