Desde o início desta gravidez que eu sinto muitas coisas com muita intensidade. Com o Matias isto também aconteceu, mas claramente numa fase bem posterior: desta vez sinto que fui atropelada por um camião cheio de emoções, e foi precisamente isso que fez com que desde as seis semanas achasse que ia ter uma menina (são muitas hormonas para uma pessoa só, I guess).
Não me interpretem mal, são emoções boas. Mas é desconcertante ter de parar o carro na berma porque estou a chorar de felicidade de forma histérica a ouvir a 'Chicago' do Sufjan Stevens, enquanto não consigo parar de pensar que tenho uma família linda e genuinamente não sei o que fiz para ter tanta sorte na vida. É desconcertante chorar a ver o Toy Story 3 com o Matias porque o Andy cresceu e tornou-se um rapaz muito querido. É desconcertante perder o meu lado evitante e mandar as pessoas para o caralhinho porque estão a ser irritantes (e estão mesmo, não sou eu que as entendo dessa forma).
Não é desconcertante ter tantas emoções cá dentro, porque isso eu sempre tive. Mas é muito desconcertante vê-las a sair cá para fora desta forma tão gritante.
E eu gosto desta Joana. Gosto desta Joana que se sente super feliz a todas as horas, que está agradecida, que está simultaneamente serena e entusiasmada. Já tinha dito numa publicação prévia, mas em muitas coisas esta segunda gravidez está a ser incrivelmente boa.
Mas a principal razão para estar tão feliz é mesmo o Matias. Porque olho para ele, com as suas respostas engraçadas e com a sua energia imparável, e penso que vou ter mais uma coisinha fofa destas na minha vida daqui a uns meses.
Juro que não sei o que fiz para ter tanta sorte na vida, mas agradeço muito. Todos os dias. A todas as horas. Enquanto choro de felicidade e ouço Sufjan Stevens.