25 de junho de 2017

Varicela.

Na Quarta-feira passada recebemos o mail habitual da creche com o plano de actividades, a ementa da semana e algumas fotos das brincadeiras dos miúdos. Pelo meio, o aviso: duas crianças da sala do Matias tinham sido diagnosticadas com varicela.

Preparámo-nos para o inevitável. O Mati anda sempre de um lado para o outro a lamber tudo e a varicela é altamente contagiosa, por isso pareceu-nos óbvio que nos dias seguintes o miúdo ia ficar doente e começámos a organizar as nossas agendas.

Na Quinta-feira o Mati claramente não estava nos seus dias, e ia alternando as birras com os pedidos de miminhos (que são pouco habituais nele) (os pedidos de miminhos, não as birras, entenda-se).

Na Sexta-feira quando o fui buscar ao quarto tinha três pintinhas no pescoço. Fotografei como consegui (porque ele estava activamente a espernear e a chorar), mandei para o grupo de WhatsApp que tenho com os meus amigos e as opiniões foram unânimes: parecia varicela. Liguei para o Serviço para desmarcarem os meus miúdos, passei pela farmácia para comprar umas coisinhas e fomos ao Centro de Saúde, onde as opiniões foram bastante menos unânimes: parecia varicela, mas era tão recente que não dava para ter a certeza.

O Matias andou bem dispostinho. Comeu, dormiu, brincou e esteve animado. As pintinhas foram aumentando, as vesículas começaram a ser mais claras e o diagnóstico estava feito.

Ontem tínhamos combinado voltar ao Centro de Saúde e saímos de lá com ordem de quarentena durante uma semana.

O Matias andou bem dispostinho. Comeu, dormiu, brincou e esteve animado. As pintinhas foram aumentando, as vesículas foram aumentando e começaram a aparecer algumas crostinhas. Esteve febril duas vezes.

Durante a noite all hell broke loose. Deitámos o Mati às 20.30h depois do miúdo ter adormecido a beber o leitinho e ele dormiu aparentemente confortável até à uma da manhã. Depois disso passou o resto da noite a chorar, a coçar-se, a gemer, a contorcer-se, a ter febre, a ter sede e a não conseguir adormecer de maneira nenhuma. Eu e o Pedro fomos trocando para tentarmos descansar um bocadinho, mas mesmo assim acabámos a passar muitas horas acordados com o Matias ao colo, com o Matias na cadeira, deitados no chão ao lado da caminha do Matias... Enfim.

A dada altura ele conseguiu adormecer a fazer contacto pele a pele comigo e ficámos ali os dois durante algum tempo. E soube bem. Soube bem saber que estava a ajudar o Mati a tranquilizar-se. Soube bem saber que vou sempre tentar ajudá-lo, independentemente da fase da vida dele (e independentemente do colo um dia passar de físico para metafórico). Soube bem estar ali a sentir o coraçãozinho dele. Mesmo estando doente.

Hoje de manhã o Matias já não está bem disposto. Mas não faz mal, porque isto vai passar. Até lá, temos desenhos animados com dinossauros e muitos miminhos.