O Matias foi para a creche pela primeira vez no dia 28 de Novembro. Acordou às 15h da sua sestinha, eu dei-lhe o leitinho, levei-o para a creche e ele lá ficou até às 16.30h, a gatinhar de um lado para o outro. Nesse dia acabei por ficar lá (não foi de propósito, mas fiquei na conversa com a educadora) e notei que ele ia olhando para mim de vez em quando. Quando começou a ficar rabugento (ele só aguenta 1.30h acordado, na loucura das loucuras 2h) trouxe-o para casa, deitei-o, ele dormiu 2h seguidas e eu dediquei-me a chorar em posição fetal enrolada numa manta.
Três dias depois o Matias ficou doente e a virose varreu-nos a todos de tal forma que ficámos de molho durante semanas.
No dia 21 de Dezembro achámos que já parecia seguro o Matias voltar. O Pedro estava em casa com ele na altura e levou-o à creche à mesma hora. Optou por vir embora, mas quinze minutos depois ligaram-lhe porque o Matias não parava de chorar (estava com sono).
Fiquei muito angustiada. O miúdo ia entrar na creche a tempo inteiro no dia 2 de Janeiro, e embora seja um bebé 'fácil' (ou vá, não é 'difícil') a verdade é que é preciso perceber como é o funcionamento dele (precisa de dormir, não gosta de colo, adora explorar). Vai daí, combinámos com a creche que na semana seguinte o Mati passaria a ir todos os dias.
Na Segunda-feira chegou às 10.30h e veio embora às 12h. Na Terça e na Quarta veio embora às 15h (ou seja, brincou, almoçou e dormiu a sesta). Na Quinta e na Sexta chegou às 11.30h e veio embora às 15.30h (ou seja, também lanchou). E nós estávamos felizes da vida: mal o Matias via as educadoras desatava a rir-se, vinha sempre muito animado e estava a adaptar-se lindamente (comia bem, dormia bem, brincava, etc.).
E chegou a Segunda-feira seguinte, o dia em que o Matias entrou 'oficialmente' na creche. Ele acordou muito ranhoso e rabugento, foi o caminho todo a rezingar e quando o deixei na sala largou num pranto enorme. E eu? Eu tive de vir embora. Tive de deixar o meu filho a chorar de forma inconsolável e vir embora.
Chorei compulsivamente durante toda a viagem para o trabalho. Não sabia o que fazer. Não tinha ninguém com quem falar. Achava que ninguém iria perceber a minha angústia. Eu própria não percebia a minha angústia. Racionalmente sabia que não tinha outra hipótese, que tinha de trabalhar e que o miúdo ia ficar bem depois de dormir uma sestinha. Mas não conseguia lidar com aquilo. Não conseguia parar de pensar no meu filho ali, a chorar.
Desmarquei as minhas consultas da tarde (eu própria estava doente nesse dia também) e decidi ir buscá-lo depois do almoço. E eis que me ligam ao meio-dia a dizer que o Matias estava com febre.
O miúdo acabou por ficar doente (e em casa) durante toda a semana com febre e ranhoca (um dia falo sobre isto de sermos pais e médicos, mas devo dizer que é bestial). Nós fomos conseguindo ficar em casa (um ia trabalhar de manhã e o outro de tarde e a minha sogra veio para Lisboa para nos cobrir alguns buracos).
Hoje voltou à creche e foi bem mais fácil. Ficou todo sorridente, muito mais animado... E eu vim embora bem mais descansada também. Ainda não tinham passado nem dez minutos quando me ligaram a avisar que me tinha esquecido do blankie (na verdade achei que tinha deixado um lá na semana anterior), por isso lá voltei para trás. E eis que me ligam às três da tarde a dizer que o Matias estava com febre. Outra vez. Já não tinha febre desde Quinta-feira passada, mas pelos vistos conseguiu apanhar uma virose diferente.
A sorte é que até febril o miúdo é um bem dispostão.
Por isso aqui está a nossa experiência na creche até agora. Não tenho qualquer razão de queixa e o miúdo parece estar a gostar, mas está complicado mantê-lo lá sem apanhar nenhuma virose.
Esperemos e rezemos.