Quero correr o mundo todo. E ainda há tanto, tanto por conhecer. Quero ir ao Canadá, quero ir ao Alasca, quero conhecer Washington, quero ir à Flórida, quero mostrar o México ao Pedro, quero voltar à Costa Rica, quero desbravar a Nicarágua, a Guatemala e o Panamá, quero ir à Argentina, quero relaxar nas Bahamas, quero ir ao Pantanal e às cataratas do Iguaçu, quero voltar ao Rio de Janeiro, quero perder-me no Peru e no Chile, quero mostrar ao Pedro que não se fica sem rins na Colômbia, quero regressar a Cuba, quero visitar a Gronelândia e poder dizer que fui à Dinamarca, quero descansar na Jamaica, quero ir a Santa Lúcia e visitar o hotel onde pensámos casar-nos, quero ir ao Havai... E isto só do ladinho esquerdo do mapa.
Sei que nem mil vidas chegariam para conhecer tudo o que quero. Mas raios, nunca me perdoaria se não tentasse.
Quando começámos a pensar a sério em ter um filho, essa foi a minha maior dúvida. Não foi se seria madura o suficiente, se conseguiria conjugar a minha vida profissional com a chegada de um bebé ou se já estaríamos preparados para este passo: foi pensar que, pelo menos durante uns tempos, ia viajar menos ou em circunstâncias diferentes. E se conseguiria (ou quereria) sossegar a comichão nas plantas dos pés. Tendo em conta o resultado, diria que a resposta foi óbvia.
Não nego que foi difícil olhar de repente para 2016 e perceber que não ia concretizar os 1001 planos de viagem que fiz. Confesso que foi bastante deprimente até, e de repente a comichão nas plantas dos pés voltou com toda a força. Mas depois aconteceu uma coisa curiosa: adaptámo-nos. Continuámos a fazer planos, desta vez mais adequados para concretizar durante a gravidez ou com um bebé pequenino. Avançámos para 2017, quando já teremos mais alguma margem de manobra (logística e financeira). E alargámos os nossos sonhos para envolverem mais uma mini-pessoa, a quem esperamos conseguir transmitir esta vontade insaciável de encher a alma com o mundo inteiro.
Espero sinceramente que consigamos concretizar os planos que fizemos. Espero ter a coragem e a desenvoltura necessária para, tal como os meus pais fizeram comigo e com o meu irmão, partir para desbravar o mundo com uma mini-pessoa na bagagem (não literalmente, claro).
E se algum dia a rotina do dia-a-dia me envolver de tal forma que me faça esquecer do quão importante é para mim viajar, espero que os meus olhos batam novamente neste texto. Por via das dúvidas, vou só deixar um aviso à Joana do futuro:
Vai viajar miúda.
(Se tiverem dicas boas para viajar com bebés é só dizer!) :)