5 de outubro de 2015

Queques de Snickers para uma relação pouco misteriosa :)

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!
Quem me batizou, quem me nomeou,
Pouco me importou, é assim que eu sou:
Gabriela, sempre Gabriela!

Eu sou sempre igual, não desejo o mal,
Amo o natural, etc e tal.
Gabriela, sempre Gabriela!

Gal Costa




A minha mãe sempre me disse que as mulheres deviam ser misteriosas. Que deviam desconcertar, que não deviam partilhar tudo, que deviam guardar algumas coisas para si. Teve azar, porque eu acabei por tornar-me na pessoa menos misteriosa do pedaço (embora o Pedro garanta que continuo a ser desconcertante na mesma).

Há alguns dias li um artigo no Buzzfeed. Já não me lembro exactamente qual era o tema, mas recordo-me que nos comentários as pessoas partilhavam as coisas que não conseguiam fazer à frente dos seus parceiros. E eu li um montão daquelas opiniões e senti-me... Estranha.


Vamos lá ver: eu sou médica. O Pedro é médico. Já vimos dezenas de pilaus, pipis e rabos, muitas vezes em condições absolutamente assombrosas (e não, não é no bom sentido). Já vimos todo o tipo de líquidos a sair de todo o tipo de locais. Já levámos com alguns deles, inclusivamente.

Assim sendo, não há rigorosamente nada que eu tenha problemas em fazer à frente do Pedro (e vice-versa). E isso inclui todos (todinhos) os exemplos que as pessoas davam nos comentários.


Em retrospectiva, creio que não há nada que nunca tenha feito em frente ao Pedro. E não acredito que isso destrua o romantismo ou a paixão da nossa relação. Aliás, sei que é precisamente o contrário. Afinal, qualquer pessoa consegue achar alguém desejável depois de terem tido um jantar delicioso à luz das velas. Já amar alguém depois de lhe diagnosticarem uma hemorróida trombosada, isso sim é amor incondicional para sempre.

Não que isso nos tenha acontecido, claro. Obviamente.


Porque é só assim que o amor nos faz sentido: com uma entrega total. Estando com o outro como estamos connosco próprios. Sendo reais.


E o mistério está lá na mesma, mas em outros contextos. Como nestes queques, que fiz para gastar o molho de caramelo e de amendoim que sobrou do Snickers que vos mostrei na semana passada e que usei para surpreender o Pedro. Como os segundos que ele demorou a saborear a primeira dentada e a torturar-me antes de dizer o que pensava sobre a minha criação.

E esse é todo o mistério que nos basta.


Queques de Snickers

Ingredientes (para nove queques):

* 190g de farinha;
* Uma pitada de sal;
* Duas colheres de chá de fermento;
* 100g de pepitas de três chocolates da Vahiné;
* Um ovo;
* 130g de molho de caramelo (receita aqui);
* 200g de mistura de amendoim (receita aqui);
* 50ml de leite de amêndoa.

Confecção:

* Misturar a farinha, o sal, o fermento e as pepitas de chocolate;

* Noutra tigela bater bem o ovo com o molho de caramelo, a mistura de amendoim e o leite de amêndoa;

* Misturar os ingredientes líquidos com os ingredientes secos e envolver cuidadosamente;

* Colocar em forminhas para queques e levar ao forno pré-aquecido a 220º durante sete minutos;

* Sem abrir o forno, baixar a temperatura para os 180º e deixar cozinhar durante mais treze minutos;

* Retirar e deixar arrefecer sobre uma grade. 



Tenham uma óptima semana :D