31 de agosto de 2015

Queques de mirtilo para uma má notícia.

Where did I go wrong?
I lost a friend,
Somewhere along in the bitterness.
And I would have stayed up with you all night,
Had I known how to save a life.

The Fray




Uma das principais razões para o bloqueio criativo que vos referi há duas semanas prende-se com o facto de a minha vida andar relativamente estabilizada ultimamente. Não há novas histórias, não há actualizações, não há grandes novidades e não há mudanças importantes. Continuo a tentar keeping my shit together, o que ocupa grande parte do meu espaço mental.

A maior parte do meu dia é ocupada a trabalhar. No meu trabalho acontecem diariamente situações verdadeiramente dignas de registo, mas não as posso contar aqui pelas mais variadas razões: o segredo médico, o respeito pela privacidade dos envolvidos, a deprimência da situação em questão ou até a pouca relevância que teria para quem não está dentro do sistema.


Nos meus tempos livres mimo o meu Pê, cozinho, fotografo as minhas comidinhas, falo com a minha família, encontro-me com os meus amigos e aprendo sobre história em séries e livros - tudo coisas verdadeiramente triviais que não são propriamente temas interessantíssimos para publicações (acho eu, mas se estiverem cheios de vontade para ler textos sobre a vida dos Borgia podem dizê-lo na caixa de comentários!).


E embora os próximos tempos se adivinhem cheios de novidades boas, a verdade é que as últimas semanas (meses?) têm sido pautados por momentos mais serenos em que a vida vai andando a um ritmo calmo e nós vamos passeando de mãos dadas a apreciar a paisagem.


Um dia, sem que nada o fizesse esperar, chegou uma novidade. Já tínhamos comentado que sentíamos algumas saudades da azáfama do desconhecido, mas quando esta notícia chegou foi como um terramoto de 9.5 na escala de Richter dos nossos corações.

Foi uma má notícia vinda de uma boa pessoa. O pior tipo de novidade, sem dúvida. Porque por vezes a vida tem esta forma traiçoeira de nos fazer engolir as nossas palavras.


Pusemos as mãos à obra e os pés ao caminho. Enchemos a alma de energias positivas e o coração de orações. E torcemos muito, muito, muito, muito para que alguém que amamos se recuperasse de um momento tão mau.

E fomos. Ursinho de peluche numa mão, queques na outra, corações aflitos e a alma a tentar esconder o medo com a serenidade de quem sabe que tudo irá correr bem. A pensar sobre a fragilidade da vida e sobre a frugalidade dos momentos. A tornar o passeio de mãos dadas a apreciar a paisagem numa corrida apressada contra as más notícias.


Há dias em que a única certeza que nos podemos permitir ter é que tudo se irá resolver. Os ursinhos de peluche e os queques ajudam. E as mãos dadas ajudam também.


Queques de mirtilo

Ingredientes (para dez queques):

* 190g de farinha;
* Duas colheres de chá de fermento;
* Uma pitada de sal;
* Um ovo;
* 150g de açúcar branco;
* Cinco colheres de sopa de óleo;
* Uma colher de chá de essência de baunilha;
* 80ml de leite de coco;
* 145g de mirtilos;

Para o crumble:
* 100g de açúcar mascavado;
* 40g de farinha;
* 55g de manteiga bem fria;
* Uma colher de chá de canela em pó.

Confecção:

* Juntar a farinha, o fermento e o sal;

* Bater o ovo com o açúcar até ficar um creme esbranquiçado;

* Juntar o óleo, a essência de baunilha e o leite, batendo bem entre cada ingrediente;

* Misturar os ingredientes líquidos com a farinha e mexer suavemente apenas até os ingredientes ficarem ligados;

* Juntar os mirtilos e envolver;

* Para o crumble juntar o açúcar mascavado, a farinha, a manteiga e a canela e misturar com um garfo;

* Colocar a mistura em forminhas para queques e cobrir com o crumble;

* Levar ao forno pré-aquecido a 220º durante sete minutos;

* Baixar a temperatura para os 180º e deixar cozinhar durante mais treze minutos.




Até amanhã!