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A obesidade infantil, uma das doenças pediátricas mais prevalentes, é considerada uma das epidemias mundiais do século XXI, de tal modo que é apelidada de globesidade! Alguns dados disponíveis são alarmantes, nomeadamente:
* A nível mundial, existem cerca de 43 milhões de crianças com menos de cinco anos com excesso de peso;
* 33% das crianças europeias sofrem de obesidade infantil;
* 15% das crianças em Portugal sofrem de obesidade infantil, estando este valor a aumentar!
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A obesidade infantil pode ser dividida em dois grandes tipos de causas: primária e secundária. A obesidade de causa primária corresponde à maioria dos casos (até 99%!) e resulta de maus hábitos não só da criança mas também de toda a sua família, nomeadamente alimentação desadequada, hipercalórica e por vezes até mesmo baixa em nutrientes essenciais, e sedentarismo. A obesidade de causa secundária é rara, correspondendo a casos de doença genética, doença endócrina ou medicamentos.
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Perante o descrito, torna-se fácil de perceber que o nosso papel enquanto médicos e cidadãos é alertar para as causas de obesidade primária, isto porque se, por um lado, é uma doença multissistémica prevenível que acarreta consequências médicas graves; por outro lado, é uma doença com um importante impacto psicossocial, podendo afectar o desenvolvimento estatuto-ponderal e social da criança.
Ficam aqui então algumas dicas para o combate à obesidade infantil!
* Comer de forma polifraccionada, cerca de 5-6 vezes ao dia, com pequenas quantidades em cada refeição, evitando longos períodos de fome;
* Comer num ambiente tranquilo e calmo, evitando refeições de forma rápida (o nosso corpo chega a demorar trinta minutos até perceber que está saciado!);
* Ter cuidado com o tamanho das porções;
* Nunca sair de casa sem tomar o pequeno-almoço. Evitar cereais açucarados a esta refeição;
* Comer sempre sopa ao almoço e ao jantar;
* Metade do prato deverá ser preenchido por legumes/saladas; um quarto do prato será para carne/peixe/ovo e outro quarto para batatas/arroz/massa;
* Evitar acompanhar os almoços e jantares com pão;
* Evitar molhos, alimentos fritos ou estufados, enchidos, sumos, bolos ou gomas. Este tipo de alimentos só deverá ser consumido em festas e não de forma regular;
* Beber 1.5L de água por dia;
* Evitar refeições fora de casa;
* Evitar o consumo de alimentos pré-confeccionados;
* Fazer exercício de forma regular, idealmente exercício moderado 5x por semana;
* Promover actividades em família e ao ar livre, como caminhadas ou fazer exercícios com bicicletas;
* Evitar deixar as crianças longas horas sentadas em frente à televisão, computadores ou tablets.
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Susana Cordeiro Rita tem um mestrado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Está actualmente a realizar a sua formação específica na área de Medicina Geral e Familiar.