A human being is made of more than air,
With all that bulk, you're bound to see him there.
Unless that human being next to you is unimpressive, undistinguished,
You know who...
Cellophane, Mr. Cellophane,
Should've been my name, Mr. Cellophane.
'Cause you can look right through me,
Walk right by me,
And never know I'm there.
(Do musical) Chicago
Nunca fui uma miúda popular. Na primária o papel de Power Ranger cor-de-rosa ia sempre para outra rapariga, e eu nunca era escolhida para cantar ou dançar nas festas do fim do ano escolar (mas uma vez toquei xilofone e os meus pais ficaram muito orgulhosos). No ensino básico era o alvo preferido do gozo pelas mais variadas razões. No secundário era uma anti-social que só queria saber de estudar. Na faculdade criei o meu grupo de amigos e depois do primeiro ano não me envolvi muito na vida académica.
Nunca fui uma miúda popular. Nunca ganhei nenhum prémio nem fui rainha do baile. Não fui para a associação de estudantes nem para a comissão das praxes (vá tecnicamente fui, mas posteriormente recusei-me a compactuar com ditaduras).
Nunca me esforcei para ser uma miúda popular. Nunca fez parte das minhas prioridades. No entanto, isso não quer dizer que não me entristecesse ser aquela totó que ninguém conhecia.
Hoje em dia isso já não é propriamente uma das minhas preocupações - ainda bem que a maturidade tem destas coisas, esta é uma questão existencial tão idiota que detestaria ter de conviver com ela para o resto da vida.
Mas confesso que há dentro de mim um cantinho escondido e sombrio que fica aos pulinhos de alegria quando eu encontro alguém do meu passado triste e solitário. Porque hoje aqui estou. Não sou popular, mas sou feliz. Não sou conhecida, mas não preciso disso. Tenho uma família, tenho um curso, tenho um livro e tenho um marido.
Não fui a rainha do baile e nunca vou ser. Não tenho personalidade para isso: sou demasiado tímida, demasiado introspectiva e demasiado exigente com as minhas relações. Mas sou popular para aqueles que gostam de mim, e a verdade é que só a opinião deles interessa.
Mesmo que para os outros continue a ser para sempre a totó desconhecida, para as minhas pessoas serei sempre a rainha. E por isso ostento orgulhosamente a minha coroa feita de esforço, de carinho, de amor e de sonhos. E de sésamo e mel.
Bolachas de sésamo e mel
Ingredientes (para cerca de quarenta bolachas):
* 450g de farinha de trigo;
* Uma colher de chá de bicarbonato de sódio;
* Meia colher de chá de fermento;
* Uma pitada de sal;
* 90g de manteiga amolecida;
* 110g de açúcar amarelo;
* Dois ovos;
* Uma colher de sopa de mel;
* 75g de sementes de sésamo.
Confecção:
* Misturar a farinha, o bicarbonato de sódio, o fermento e o sal;
* Numa tigela à parte bater bem a manteiga com o açúcar amarelo e juntar os ovos um de cada vez e o mel, sem deixar de bater;
* Incorporar a farinha e as sementes de sésamo e amassar até obter uma massa lisa e homogénea;
* Envolver em papel aderente e levar ao frigorífico durante duas horas;
* Estender a massa numa superfície enfarinhada e cortar com os moldes desejados;
* Colocar num tabuleiro coberto com papel vegetal e levar ao forno pré-aquecido a 180º durante dez a doze minutos;
* Deixar arrefecer sobre uma grade.
Estas bolachas aguentaram-se perfeitamente durante as duas semanas da nossa lua-de-mel (fiz duas fornadas para levarmos connosco). Não são muito doces, por isso tornam-se incrivelmente viciantes :D
Experimentem durante o fim-de-semana! :D