I guess I was trying to keep me alive,
But once I was dead there was nothing to do
Beside picking me up and lying me down,
Waiting for some angel to wake me and say to me:
Hello, don't be scared.
I want you to know, you're not dead.
Silence 4
Aos 18 anos eu não sabia o que queria fazer para o resto da vida. Gostava de tantas coisas que era para mim impensável conseguir optar apenas por uma, e adiei até ao último momento o preenchimento da lista de candidaturas à faculdade.
Quando eventualmente tive de preencher o papel optei por escolher o que mais gostava de fazer: viajar. Mais do que tudo na vida eu amava viajar, e achei sinceramente que ir para medicina me iria permitir ter o conforto necessário para poder fazê-lo tão frequentemente como gostaria (estava enganada, mas adiante).
Na altura ainda não se ouvia falar da crise, do desemprego médico e de tantos outros temas que hoje assombram os estudantes do secundário. E por isso enchi-me de coragem, preenchi o papel com confiança e entrei em medicina.
Costumo dizer que entrei no curso apaixonada por viagens e saí apaixonada por pessoas. Nunca fui uma daquelas pessoas que quer ser médica desde os quatro anos, mas desde que meti o pé pela primeira vez na faculdade que fiquei irremediavelmente apaixonada pelo curso e pela arte. E por isso é que é tão difícil quando as coisas correm menos bem.
Em dois dias seguidos tanto eu como o Pedro tivemos que dizer a doentes nossos que tinham poucos meses de vida: o meu doente por causa de um tumor no pulmão, o do Pedro por causa de um tumor no pâncreas. Em ambas as situações o diagnóstico era inesperado e deixou-nos abismados.
Gostava de dizer aqui uma qualquer frase inspiradora, mas a verdade é esta: há dias em que o nosso trabalho é uma valente merda.
Dizem-me que com a experiência vou desenvolver barreiras emocionais. Dizem que me vou tornar mais fria e que vai custar menos. Dizem que só nos resta saber que fizemos o que estava ao nosso alcance para ajudar aquela pessoa. Mas eu não consigo evitar pensar que não há viagens no mundo que compensem isto.
Eventualmente continuamos a respirar. Continuamos a viver, continuamos a sorrir, continuamos a comer, continuamos a falar. Eventualmente a nossa vida continua, mesmo sabendo que aquelas não irão continuar. Eventualmente passa. Mas agora ainda dói.
Iogurtes de curd de maracujá (receita do curd adaptada do site da Donna Hay)
Ingredientes (para sete iogurtes):
Para o curd de maracujá:
* 175ml de polpa de maracujá;
* 150g de manteiga sem sal cortada em cubos;
* 180g de açúcar branco;
* Três ovos;
* Duas gemas.
Para o iogurte:
* Um litro de leite fresco meio-gordo;
* Três colheres de sopa de leite em pó magro;
* Três colheres de sopa de açúcar;
* Um iogurte natural.
Confecção:
* Juntar a polpa de maracujá, a manteiga e o açúcar e aquecer em lume brando até a mistura ficar homogénea;
* Numa tigela à parte bater bem os ovos e as gemas com uma vara de arames;
* Juntar em fio a mistura de maracujá, mexendo sempre com a vara de arames;
* Levar a mistura novamente a aquecer em lume brando durante sete minutos, ou até o molho engrossar;
* Deixar arrefecer e conservar no frigorífico;
* Noutro tacho colocar o leite fresco, o leite em pó e o açúcar e mexer com uma vara de arames;
* Levar ao lume até ferver e deixar arrefecer;
* Quando estiver morno juntar o iogurte, misturando com a vara de arames;
* Distribuir curd de maracujá pelos copinhos e cobrir com o leite;
* Levar à iogurteira durante cerca de dez horas;
* Transferir para o frigorífico durante pelo menos quatro horas.
A quantidade de curd que vos mostro dá para aproximadamente duas receitas: eu usei metade nestes iogurtes e a outra metade numa pavlova maravilhosa que vos vou mostrar na Sexta-feira :)
Até amanhã! :D