27 de janeiro de 2014

Muffins de maracujá (sem lactose) para uma notícia mais-ou-menos-má.

What do I do when my love is away,
Does it worry you to be alone?
How do I feel by the end of the day,
Are you sad because you're on your own?

No, I get by with a little help from my friends.

The Beatles


Quando eu tinha dois anos fui submetida a uma operação de correcção do estrabismo. Na altura todo o episódio foi muito traumático para os meus pais, a quem um médico menos sensível explicou bruscamente que o estrabismo não passava de uma deficiência do cérebro (quando é 'apenas' o resultado de uma perda da coordenação dos músculos extraoculares). Não tive uma recuperação particularmente fácil, mas fiquei bem algumas semanas depois.


Quando eu tinha oito anos fui submetida à segunda operação de correcção do estrabismo, que tinha regressado há sensivelmente um ano. Na altura fiquei super eufórica: faltei às aulas, os meus pais ofereceram-me uma Barbie Tropical quando saí do bloco operatório (naquela que continua a ser uma das minhas memórias mais felizes de infância) e passei o dia todo na cama a ver filmes da Disney. Tive uma recuperação bastante rápida e fiquei completamente bem.

Até agora.


Não sei se foram os meses de estudo intenso para o exame da especialidade ou o início do meu trabalho como interna, mas nas últimas semanas comecei a sentir os olhos muito cansados. Eventualmente comecei a notar uma pequena alteração quando me via ao espelho, e não demorei muito a decidir marcar uma consulta.

O veredicto não me surpreendeu: vou começar a fazer uma espécie de fisioterapia, e se não resultar talvez tenha de ser submetida a uma terceira cirurgia.


Talvez isto não vos pareça nada de especial, mas eu tenho imensos complexos com o facto de ser estrábica - por muito que o meu estrabismo seja mesmo mínimo (nem sequer se nota a olho nu). Desejava secretamente que o médico dissesse que eu estava maluca e que os meus olhos estavam normalíssimos, e senti-me um bocado defraudada quando percebi que vou passar os próximos meses a lidar (mais uma vez) com isto.


Bem, há coisas piores. Pode ser que desta vez a cura seja para sempre. Pode ser que desta vez vença finalmente o meu complexo. Pode ser que desta vez receba uma prendinha na mesma.

Eu não sou muito esquisita: um ou dois destes muffins já me deixavam toda contente :)


Muffins de maracujá (sem lactose)

Ingredientes (para seis muffins):

* 140g de farinha fina;
* Uma colher de chá de fermento;
* Meia colher de chá de bicarbonato de sódio;
* Uma pitada de sal;
* Um ovo;
* 60g de açúcar;
* 130ml de sumo de maracujá;
* Três colheres de sopa de óleo vegetal.

Confecção:

 * Juntar a farinha, o fermento, o bicarbonato de sódio e o sal;

* Noutra tigela bater o ovo com um garfo e juntar o açúcar, o sumo de maracujá e o óleo vegetal, batendo bem entre cada ingrediente;

* Juntar a mistura líquida aos ingredientes secos e misturar com uma colher de sopa apenas até os ingredientes ficarem ligados;

* Colocar em forminhas para muffins e levar ao forno pré-aquecido a 220º durante cinco minutos;

* Sem retirar os muffins do forno, descer a temperatura para os 180º e deixar cozinhar durante mais quinze minutos.

Fiz esta receita duas vezes, e da segunda (que está na foto) juntei alguns bocadinhos de ananás. Ficou uma delícia :D



Tenham uma óptima Muffin Monday! :D