5 de junho de 2020

Festa Toy Story #3

Por aqui temos passado os dias em grandes conversas e reflexões. A preocupação com o ensino da inclusão e da empatia pelo outro sempre existiu cá em casa, mas confesso que não de uma forma particularmente teórica: ou seja, no nosso grupo de amigos, na escolinha do Matias e nos livros infantis cá de casa há pessoas de várias idades, tamanhos, orientações sexuais e cores, mas nunca parámos para lhe explicar activamente a diferença porque queríamos que o Matias não a visse. Queríamos que para ele toda a gente fosse igual, e por isso nunca lhe dissemos 'este menino é negro' ou 'estes pinguins são gays' - o menino é um menino e os pinguins amam-se e pronto.

Esta semana ensinou-me que isso não chega. Não chega, quando falamos com amigos nossos e eles dizem que não se sentam em frente a pessoas negras no metro. Não chega, quando a grande maioria das pessoas chama ao bege 'cor da pele'. Não chega, quando continuo a ouvir 'pois, foi horrível o George Floyd ter morrido mas as manifestações violentas têm de acabar'.

Isto que fazemos não chega, e sabem porquê? Porque os outros não o fazem nas suas casas. Em casa dos meus pais nunca houve um único comentário racista. A pancada da minha família parecia circunscrita aos violadores, e por isso eu nunca ouvi coisas como 'cuidado porque os pretos assaltam-te', como alguns dos meus amigos. O Matias e a Gabriela nunca ouvirão isso de nós. Mas não chega, e os últimos dias mostraram-me que vamos ter de ser mais activos. Ou, como se tem dito por aí, não ser racista não é suficiente: é preciso ser activamente anti-racista.

Como? Aprendendo. Ouvindo. Estando aberto e disponível para pensar, para questionar. Falando às nossas crianças sobre a injustiça, sobre a diferença, sobre as mudanças que já aconteceram e as que precisam desesperadamente de acontecer. Doando a entidades certificadas que trabalham na área do racismo. Exigindo da classe política soluções, acções e intervenções. Não deixando passar comportamentos racistas de quem nos rodeia.

Por aqui, continuaremos a fazer a nossa parte. Para que os nossos filhos possam um dia não ver a diferença.

A ler outro livro de dinossauros





A testar um chapéu que a minha mãe trouxe


O brinquedo preferido da Gabriela :)
A encher o balão do Woody :)

A abrir as prendinhas :D


Ainda não estava nada convencida a Gabriela




A Gabriela numa pose reivindicativa :D





<3

Prendinhas para o Matias :)
Mais prendinhas :)


Gabriela <3 dedos



A brincar às lutas ¯\_(ツ)_/¯
Mais um livrinho de dinossauros
Recebeu uma máscara :)
E uma tela para os seus desenhos artísticos :D


Entretanto chegou a Joana (a minha cunhada) e trouxe com ela o Nico, o gato que ela e o meu irmão adoptaram :) É tão pequenino e fofo :)
:)