21 de novembro de 2015

Pregnancy Diary #7

A minha mãe tem a panca das malas. Sempre que vamos viajar lá anda ela a fazer listas infindáveis com tudo aquilo que precisamos de levar (inclusivamente o número de cuequinhas), e ai de nós se não começarmos a preparar as nossas malas pelo menos uma semana antes da partida. Assim sendo, depois de ter saído o 'Amália - o Filme' passámos a chamar à minha mãe 'A mala - o Filme'. Somos muito fofinhos, eu sei.

Pois bem, recentemente também eu ganhei um cognome destes. Mas o meu é 'A creche - o Filme'. Passo a explicar.




A minha família vive longe. A família do Pedro também. Já vi demasiadas porcarias relacionadas com amas para conseguir ficar sossegada com essa opção (embora eu e o Pedro tivéssemos andado em amas absolutamente amorosas que certamente não nos entupiam de benzodiazepinas). Vamos dividir a licença de maternidade e conjugar com as nossas férias, mas mesmo assim precisamos de regressar ao trabalho a partir dos oito ou nove meses do bebé. Vai daí, sobrava apenas uma alternativa: a creche.

Ora, uma das minhas colegas de trabalho está grávida e inscreveu o miúdo dela na creche às quinze semanas de gravidez. Na altura achei que ela estava maluquinha, mas quando comecei a informar-me sobre a questão percebi que, efectivamente, parece ser assim que as coisas se processam. E começou o filme.

Não tinha propriamente referências em relação às creches da minha zona. Sou a primeira do meu grupo de amigos a ter um bebé e trabalho num hospital longe de casa, por isso não conheço ninguém que tenha bebés em creches no local onde vivo. Assim sendo, comecei a pesquisar sobre o assunto.

Sabíamos que queríamos uma creche perto de casa para podermos dividir-nos: assim eu levava o bebé de manhã (porque entro mais tarde) e o Pedro ia buscá-lo à tarde (porque sai mais cedo). Depois de explorarmos as nossas opções seleccionámos umas quantas, e chegou a altura de fazer uns telefonemas a pedir informações e preços. Por fim, chegou a fase das visitas. Eu disse que isto era um filme.
 
Eventualmente percebemos que todas as creches pareciam fixes, toda a gente parecia simpática e todos os bebés pareciam bem tratados. A minha mãe sugeriu-nos que escolhêssemos com base na intuição de pais, mas eu não conseguia evitar pensar:

E se a minha intuição estiver errada?

Entretanto acabámos de visitar todas as creches (foram umas dez), seleccionámos três e só nos resta mesmo decidir. Estamos a ter em conta factores como o tamanho do espaço, a empatia que sentimos com as pessoas, a existência de um projecto pedagógico estimulante, o horário e os preços. E, acima de tudo, o nosso feeling.

Ser pai não é fácil.