É urgente estar atento, ver para onde corre a maré,
Ver de onde sopra o vento, não vás tu perder o pé.
B.P. é quem to diz, impele a tua própria canoa.
Se queres mesmo ser feliz, não te deixes ir à toa.
Impele a tua própria canoa, impele a tua própria canoa.
A vida não é um deserto, não queiras ficar no cais.
Ver de onde sopra o vento, não vás tu perder o pé.
B.P. é quem to diz, impele a tua própria canoa.
Se queres mesmo ser feliz, não te deixes ir à toa.
Impele a tua própria canoa, impele a tua própria canoa.
A vida não é um deserto, não queiras ficar no cais.
Lenço rubro é rumo certo, decide tu para onde vais.
Não queiras ficar no cais.
Quando o meu irmão era pequenino era frequente eu dormir com ele ao fim-de-semana. Algumas das minhas mais felizes memórias da adolescência estão relacionadas com aquelas horas intermináveis que passávamos a conversar, a rir e a cantar, e só parávamos quando a minha mãe gritava ensonada do quarto para que nos calássemos.
Aí havia duas coisas que adormeciam quase instantaneamente o meu irmão. A primeira era cantar-lhe músicas das guias, algumas das quais ele ainda se recorda hoje em dia (como a que está acima).
A outra era jogarmos ao jogo dos legumes.
O jogo dos legumes era a brincadeira mais idiota e parva de sempre, e consistia em imitarmos os legumes à nossa escolha. Se fôssemos uma cenoura ficávamos bem esticados, se fôssemos um tomate ficávamos enroladinhos numa pequena bola humana... Independentemente da forma que fizéssemos, uma coisa era certa: tínhamos que estar calados.
Percebem? Porque os legumes não falam.
Quando comecei a jogar este jogo o meu irmão tinha uns dois anos, o que explica que tenha caído tão depressa na cantiga. Sempre que ele dizia alguma coisa, logo eu retorquia com um ar adulto:
'Tiago alguma vez viste uma cenoura a falar? Não podes fazer barulho, és uma cenoura!'.
Com o tempo esta parvoíce totó manteve-se, e é com um grande carinho que admito que jogámos ao jogo dos legumes durante muitos anos (já as músicas das guias ainda são comuns quando dormimos juntos, mas enfim!).
Hoje o jogo dos legumes é diferente, mas nem por isso menos divertido. Implica usar o maior número possível de legumes numa receita, comer vários tipos diferentes de legumes durante o dia e tornar extremamente saborosos os pratos que nos fazem bem. E eu sou tão boa neste jogo que às vezes juro que tenho medo de me tornar efectivamente num legume.
Bem, nesse dia pelo menos seria a melhor jogadora do jogo dos legumes de sempre. Havia era aquele aborrecimento de não poder falar, mas segundo certas e determinadas pessoas isso até era uma vantagem (não era Pedro?) :D
Sopa de espinafres
Ingredientes:
* Duas courgettes;
* Três cenouras;
* Uma cebola;
* Três dentes de alho;
* 400g de espinafres;
* 200g de couve-flor;
* Uma pitada de sal;
* Uma lata de feijão vermelho cozido;
* Um fio de azeite.
Confecção:
* Cortar as courgettes, as cenouras, a cebola e os dentes de alho e colocar numa panela juntamente com os espinafres e a couve-flor;
* Cobrir com água, temperar com sal e deixar cozinhar;
* Passar com a varinha mágica e acrescentar o feijão vermelho;
* Deixar cozinhar mais um pouco e desligar o lume;
* Acrescentar o fio de azeite quando a sopa estiver morna.
Até amanhã :D