22 de julho de 2014

Iogurtes de ameixa vermelha para uma rapariga rebelde :)

I know I'm not the one you thought you knew back in high school,
Never going, never showing up when we had to.
Attention that we crave, don't tell us to behave,
I'm sick of always hearing 'Act your age!'.

I don't want to waste my time,
Become another casualty of society.
I'll never fall in line,
Become another victim of your conformity
And back down.

Sum 41


Durante a minha adolescência fui uma pseudo-rebelde. Discutia com os meus pais, arranjei um namorado três anos mais velho que era repetente e fumava ganza, revirei a casa toda à procura da chave do móvel onde o computador estava guardado e passava as tardes no mIRC (snif, o mIRC) enquanto os meus pais achavam que eu estava a estudar e até cheguei a faltar a uma ou outra aula para ir à praia com as minhas amigas.


Apesar disto, e embora não me esforçasse particularmente, sempre tive boas notas. Antes dos 18 anos nunca bebi ou fumei (e depois disso também não fiz muito de nenhum dos dois). Nunca me meti em chatices e nunca fui influenciável.

Na altura os meus pais faziam-me as ameaças mais variadas, sendo que a mais frequente era que um dia eu ia acabar a trabalhar numa fábrica de iogurtes. Acho que dá para inferir a quem fui buscar o meu lado criativo e dramático, certo? :)


No 10º ano mudei de escola porque os meus pais me obrigaram e as coisas acalmaram. Eventualmente nas férias de Verão fui trabalhar, e percebi que se não me empenhasse ia acabar a fazer algo que não gostava nada durante os cinquenta anos seguintes. E o resto é história, como já vos contei aqui umas dezenas de vezes.


Hoje em dia os meus pais olham para trás e dizem que eu fui uma boa miúda, e eu tenho a certeza que sim. Porque tinha muito por onde correr mal, mas sempre tive a cabeça no sítio. Porque sempre tive à minha volta quem fizesse x, y e z, mas nunca deixei que isso me fizesse divergir do que eu queria. Porque no fundo nunca fui uma rebelde a sério (comparada com alguns dos miúdos que vejo hoje em dia então, era uma autêntica menina do coro).


Mas foi rebelde que me senti a fazer estes iogurtes de ameixa vermelha: um fruto tão subvalorizado e esquecido, e no entanto absolutamente maravilhoso. Depois de ter recebido uma caixa enviada carinhosamente por uma leitora muito querida meti mãos à obra, e nos dias seguintes não descansei enquanto estas ameixas tentadoras não desapareceram todas.

Vá, isto é relativamente mauzão certo? Ou é melhor render-me à ideia que sou mesmo uma menina do coro? :)


Iogurtes de ameixa vermelha

Ingredientes (para sete iogurtes):

* 250g de puré de ameixa (aproximadamente cinco ameixas descascadas, descaroçadas e trituradas);
* 50g de açúcar;
* Um litro de leite fresco meio-gordo (usei sem lactose!);
* Três colheres de sopa de leite em pó magro;
* Três colheres de sopa de açúcar branco;
* Um iogurte natural.

Confecção:

* Colocar o puré de ameixa e o açúcar numa panela e aquecer em lume brando, mexendo até ferver;

* Desligar o lume quando o molho engrossar e deixar esfriar;

* Numa panela colocar o leite, o leite em pó e o açúcar e mexer com uma vara de arames;

* Levar ao lume até ferver e deixar arrefecer;

* Quando estiver morno juntar o iogurte, misturando com a vara de arames;

* Colocar o molho de ameixa nos copinhos e cobrir com o leite;

* Levar à iogurteira durante cerca de dez horas;

* Transferir para o frigorífico durante pelo menos quatro horas.



Até amanhã :D