27 de junho de 2018

Barcelona com uma criança de dois anos - A logística

Há um ano fiz uma publicação sobre a logística de viajar para Santorini com um bebé de um ano, e entretanto ocorreu-me que podia fazer uma actualização - até porque esta viagem a Barcelona foi (ainda) mais desafiante nesse aspecto. Assim sendo, aqui vão algumas ideias.

1. No aeroporto

Eu tenho no aeroporto a mesma postura que tenho nos outros sítios todos: deixar o Matias explorar, correr, rastejar, sujar-se, mexer nas coisas, meter-se com as pessoas, enfim, ser uma criança normal :) Comprei três livros novos e levei uma bola, um ursinho e uma data de livros antigos que ele gosta. Levei o carrinho para ser menos cansativo para ele, mas no fim acabámos por usá-lo muito pouco porque o Mati gosta é de correr (e pirar-se!).

Mati a pirar-se



2. No avião

No ano passado o Mati fez a viagem de avião na maior, até porque ainda era pequenino. Este ano foi mais desafiante: com dois anos o Mati já precisa de ficar sentado na sua própria cadeira, com o seu próprio cinto (que rapidamente ele aprendeu a abrir). Optei por ir falando do assunto durante a semana, por isso quando o Matias chegou ao aeroporto já sabia que íamos andar 'no avião'. Ainda fez uma birra ou outra para ficar sossegado durante a aterragem e a descolagem, mas nada do outro mundo. Comeu o pãozinho que a TAP deu e eu também tinha levado tortilhas de arroz :) O voo fez-se bastante bem, e entre os livros, saltar em cima de nós, abrir e fechar as janelas e as mesas e meter-se com as pessoas sentadas à frente ou atrás, o Mati lá se foi entretendo :)


3. Do aeroporto para a cidade

Queríamos um meio de transporte rápido e prático, por isso optámos por ir de carro. Como nem o táxi nem o Uber garantem cadeirinhas para bebés, usámos o Cabify, onde podem pedir especificamente carros com cadeirinhas. Tivemos uma óptima experiência, tanto a ir como a voltar.


4. Alojamento

O Pedro está num apartamento com dois quartos, e já tinha sido decidido que o Mati dormia connosco, a Joana dormia no outro quarto e o Bernardo dormia na sala. Ainda andei algum tempo indecisa entre levar a nossa cama de viagem (opção fácil mas que implicaria carregar com aquele trambolho) ou alugar uma cama de viagem lá (opção também fácil mas que implicaria gastar setenta euros). Se fôssemos mais tempo possivelmente optaria mesmo por alugar a cama, mas assim decidi comprar um colchão insuflável e rezar aos santinhos - na pior das hipóteses, deitávamos o Matias na nossa cama e pronto. Entretanto quando lá chegámos descobrimos um colchão de criança num armário, por isso o Mati dormiu aos pés da nossa cama nesse colchão (tinha levado lençóis, mantinhas e os três peluches com os quais o Matias dorme). É claro que não dormiu tão bem como o costume, mas faz parte :)




5. Comida

Foi a balda total. Decidi descomplicar, e a única coisa que levei foram as tortilhas de arroz. Entretanto esqueci-me que os espanhóis comem tardíssimo (o Mati almoça às 11.30h e janta às 18.30h e os restaurantes abriam às 20.30h!), por isso as refeições não foram tão 'rígidas' e optámos por dar comida ao Mati com mais frequência: pão, leite, fruta, sumos naturais de fruta, tapas, por aí. No fim ele não passou propriamente fominha, mas apanhou uma gastroenterite leve.

A comer morangos que comprei numa banca perto da Sagrada Família
Sumos naturais da La Boquería
6. Siestaaaaa!

Adaptarmo-nos ao facto do Mati fazer sesta nas férias foi fácil, porque dormiu ele e dormimos nós :D :D :D Com o calor, a barriguinha cheia e o cansaço soube-nos pela vidinha :D É claro que é um bocadinho 'chato' ter de parar entre as 12h e as 15h (e no caso do Mati temos mesmo de parar porque ele não gosta de dormir no carrinho), mas há que ver o lado positivo :D


7. Visitas

Nós tínhamos um plano maleável de coisas que queríamos ver: o CosmoCaixa (museu da ciência), a Sagrada Família, as Ramblas, a La Boqueria, a Catedral e alguns pontos de interesse perto do nosso apartamento. Não conseguimos ir ao museu porque o Mati dormiu uma sesta enorme nesse dia e não tivemos tempo, mas fizemos o resto do programa nas calmas. Tenham a atenção de verificar se as coisas que querem fazer são adequadas para crianças - eu andei semanas a pensar na logística de visitar as torres da Sagrada Família com o Mati (porque há elevador para subir mas não para descer) e no fim descobri que só dá para subir com crianças maiores do que seis anos! :)

Mati a ouvir o audioguia na Sagrada Família com os joelhos todos sujos de andar pelo chão :D

8. Carrinho - yay or nay?

Na publicação de Santorini disse que 'nunca mais ia levar o carrinho para lado nenhum', e na verdade isso fez-me todo o sentido na altura... Quando o Matias tinha um ano. Agora no dia-a-dia nunca usamos carrinho e o Mati anda sempre a pé, às cavalitas ou ao colo, mas nas férias deu jeito ter essa alternativa - nem que fosse para carregar com as nossas malas :) É claro que o Matias andou muito pouco no carrinho, mas deu jeito para algumas situações.




9. Saúde

O Mati tem Cartão Europeu de Seguro de Saúde, levei o paracetamol, o ibuprofeno, o Microlax e o Fenistil em gotas e tínhamos a pediatra connosco, por isso foi tudo tranquilo :)

 

10. Birras e afins

Cá em casa o Mati tem uma autonomia brutal. Ele é que decide o que veste (normalmente é a roupa dos dinossauros), com o que brinca, o que faz, para onde vai na rua (só o obrigamos a dar a mão na passadeira, no resto do caminho ele vai pelo passeio sozinho), se quer colo ou não, se prefere laranja ou maçã, que brinquedo quer levar para a rua, que sapatos quer calçar, etc etc. É óbvio que as escolhas têm consequências (quando quis ir para a escola de pantufas teve de ir ao colo porque as pantufas não são para andar na rua, quando não quer comer sopa também não come mais nada, por aí), mas ele já percebeu isso e é um miúdo independente e, na grande maioria dos dias, muito fácil de aturar. Ora em Barcelona isto não foi tão fácil de gerir porque em algumas situações o Matias não tinha opções: não podia ir a andar sozinho na rua, às vezes tinha de ir para o carro, tínhamos de esperar pela comida, tinha de ir sentado no avião com o cinto de segurança apertado... Enfim. Ainda tivemos direito a algumas birras, mas nada do outro mundo, e acho que no geral o Mati até foi bastante compreensivo :)

Deitado no chão da Sagrada Família :)

11. (Quase) Toda a gente gosta de bebés!

Na publicação de Santorini falei da minha surpresa com o facto das pessoas à nossa volta se envolverem com o Mati e brincarem com ele, tornando assim a experiência muito mais agradável para todos. Nesta viagem isso voltou a acontecer, e sinceramente nunca senti que a presença do Matias aborrecesse alguém em nenhum contexto (avião, restaurantes, na rua, etc). Muito pelo contrário: não faltaram pessoas a brincar com ele, a falar com ele, a deixá-lo fazer festinhas nos ãoãos, a fazer o jogo do cucu e por aí fora :) 

Mati a brincar às escondidas :D :D :D

E pronto, foi isto :D Espero que tenha sido útil :D