31 de maio de 2016

Vamos falar de férias?

Sempre achei espectacular que os meus pais viajassem tanto connosco. Os meus amigos também achavam os meus pais super fixes por isso. Sempre nos divertimos imenso, e mesmo já adulta continuei a ir viajar com eles (ainda no ano passado fizemos uma road trip em Itália).

Desde que engravidei desatei a suspirar com Santorini. Sinceramente nem sei muito bem porquê (confesso que nunca me tinha parecido um destino particularmente interessante), mas de repente a vontade de partir bateu com força e eu soube que não valia a pena resistir. Marquei os dias no calendário, pesquisei os voos, escolhi o hotel, fiz um plano de viagem, procurei seguros para bebés... E esperei. Quando o Mati nascesse marcava tudo, e em Setembro ia tornar o meu happy place realidade (vá, sem Clint Eastwood pronto).

Os problemas começaram logo nessa fase: sempre que falava do assunto, os meus amigos diziam que achavam irresponsável e insensato viajar com um bebé tão pequeno para um destino deste género. 'Ainda se fosse o Alentejo ou o Algarve!' - comentavam. Ora eu sempre fui muito teimosona, mas confesso que à vigésima vez que ouvi isto comecei a ficar com dúvidas. E se estivesse efectivamente a ser irresponsável?

Falei com a minha mãe e descobri que também os meus pais passaram a nossa infância a ouvir este género de coisas. Que era irresponsável viajar com crianças tão pequenas. Que era uma seca. Que era um desperdício de dinheiro. Que deviam ir sozinhos. Que deviam ir para o Algarve. Que deviam escolher destinos mais apropriados para crianças (como se o meu irmão não se tivesse divertido à brava na Amazónia com seis anos).

Engoli a insegurança. Esperei. E o Matias nasceu.

Depois do episódio da ida à urgência (tinha o Matias apenas três dias) confesso que a vontade de ir para Santorini esmoreceu bastante. Achei que tinha de parar de ser tão descontraída e que tinha chegado a altura de ser uma adulta a sério (em oposição a uma adulta de chocolate). Achei que tinha de começar a ser responsável. Achei que tinha de crescer e de parar de pensar que tudo ia correr bem.

E depois passaram duas semanas. O Mati está bem e ficou um grandão bão. E a vontade de partir com o miúdo ao colo e o Pedro pela mão voltou em força.

Em Junho estamos a pensar passar um fim-de-semana fora de Lisboa. Em Julho também. Em Agosto queremos passar uma semaninha em Sesimbra com a Joana e o Bernardo. E em Setembro, se tudo correr bem e não mudarmos de ideias entretanto, partimos para Santorini.

Porque eu sempre achei espectacular viajar com os meus pais, e espero que o Matias também ache o mesmo. Porque os nossos sonhos continuam tão fortes como antes, mas agora têm mais um elemento. Porque, em última análise, temos um parafuso a menos. É a vida :)