21 de janeiro de 2016

Pregnancy Diary #47

Ser uma mãe de primeira viagem é uma montanha-russa emocional, e desde que descobri que estava grávida já passei por todos os sentimentos possíveis e imaginários.

Já fiquei feliz, já fiquei triste, já pensei que esta vai ser a melhor coisa da minha vida, já me arrependi, já me senti super preparada, já chorei porque sou uma porcaria, já achei que isto era tudo super simples, já me senti assoberbada com a quantidade de coisas que preciso de saber ou fazer, já me senti muito apoiada, já me senti extremamente sozinha, já estive serena e relaxada, já estive à beira de ter um ataquinho.

Já achei tudo isto muito fácil. Já pensei que era incrivelmente difícil.

You never know how life will change and be more than you could have ever imagined.:



Quando engravidei caiu sobre mim a realização de que ia ter de comprar muita coisa. Eu já sabia que teria que comprar tudo (até porque o último bebé nasceu na família há dezassete anos e sou a primeira das minhas amigas de Lisboa a ter um filho, por isso ninguém me podia emprestar nada), o que eu não sabia era que o tudo... Era tanto. E tão difícil de escolher.

Quando fomos para Nova Iorque levei o catálogo da Prénatal para ler no avião e fiquei seriamente preocupada. Como escolher entre os 83478273827346989785768 carrinhos? Como escolher entre tantas cadeiras da papa? Queria uma espreguiçadeira, um tapete de actividades ou um parque? Queria um intercomunicador com ou sem vídeo?

Não sabia. Não sabia nada.

E, para quem está relativamente habituado a perceber as coisas (caramba, tirei um curso de Medicina!), isto foi incrivelmente frustrante.

Just close your eyes and breathe through it. God's plan will prevail, and it will be better than you could have ever imagined it. Rest, relax and pray - always pray!:

Não ajuda viver num mundo onde toda a gente adora a palavra 'tens'. 'Tens de comprar este carro, é o melhor!', 'Tens de comprar estas fraldas, são as melhores!', 'Tens de comprar uma cadeira para o carro com isofix, é o melhor!', 'Tens de comprar este outro carro, é o melhor!', 'Essa marca de fraldas é uma porcaria e cheira mal, tens de comprar esta porque é a melhor!'.

A dada altura usei a minha técnica de protecção preferida: procrastinar. Deixar a Joana do futuro lidar com estes dramas todos. Esperar que o tempo me trouxesse alguma resposta com o vento, em vez de andar à procura no meio do furação.

No fundo, ter calma. E no fim as respostas vão aparecendo e são mais simples do que se esperaria.

 Worrying doesn't take you away tomorrow's trouble, it takes away today's peace:

Como escolher entre os 83478273827346989785768 carrinhos? Escolhemos o mais compacto e mais leve, até porque isso é o que provavelmente funciona melhor para nós.

Como escolher entre tantas cadeiras da papa? São todas a mesma coisa, servem todas o mesmo propósito e podemos escolher uma qualquer, até porque isso é o que provavelmente funciona melhor para nós.

Queria uma espreguiçadeira, um tapete de actividades ou um parque? Esta deixei para as pessoas que vêm ao baby shower responderem, até porque foram as três hipóteses para a lista de presentes. Ou seja passei a batata quente para outras pessoas, até porque isso é o que provavelmente funciona melhor para nós :D

Queria um intercomunicador com ou sem vídeo? O vídeo parece-nos inútil. E isso é o que provavelmente funciona melhor para nós.

Continuo sem ter as respostas todas, mas com o tempo vou percebendo que também já não procuro tanto por elas. E posso ser incrivelmente sincera? É libertador deixar que tudo se resolva sozinho.

When I was just a little girl I asked my mother, what will I be Will I be pretty, will I be rich Here's what she said to me. Que Sera, Sera, Whatever will be, will be The future's not ours, to see Que Sera, Sera What will be, will be. My Mom use to sing this Doris Day song to me when I was young!:

Deixo-vos com um vídeo que a Rita, uma leitora do blog, me enviou hoje. Está mesmo giro :)