6 de julho de 2015

Queques de aveia, nozes pecan e xarope de seiva de ácer.

'Cause it's a bittersweet symphony, this life.
Try to make ends meet,
You're a slave to money, then you die.
I'll take you down the only road I've ever been down.
You know the one that takes you to the places
Where all the veins meet, yeah.

No change, I can't change,
I can't change, I can't change,
But I'm here in my mold,
I am here in my mold.
But I'm a million different people
From one day to the next,
I can't change my mold,
No, no, no, no, no.

The Verve




Quem por aqui passa diariamente e vai acompanhando a minha vida deve pensar que ando particularmente queixinhas com isto de ser interna da especialidade. Começou com o ronhonhó da revisão das prioridades, continuou com a choraminguice sobre o quanto o meu trabalho era emocionalmente desgastante, arrastou-se com o relato de mais um banco infernal, manteve-se através de reflexões sobre o quão caótica estava a minha alimentação e sobre a necessidade de mudar o meu estilo de roupa e culminou com a história de como percebi que a época dos jantares temáticos tinha os dias contados.

Pelo meio, também há logicamente muitas coisas boas.


Não é certamente novidade para ninguém que a especialidade que escolhi é pesada. Mas eu sabia ao que vinha, e estava psicologicamente preparada para o que ia encontrar pelo caminho.

Apesar disso, confesso que o choque da realidade foi superior à preparação da mentalização. Nunca fui particularmente boa a preparar-me para uma situação má, talvez porque sou demasiado optimista para pensar no pior e demasiado esquecida para me lembrar de todas as coisas que podem correr mal.


Sim, o meu trabalho não é fácil. Sim, há dias maus. Sim, por vezes as consultas acabam e eu tenho vontade de chorar, gritar, fugir ou todas as anteriores.

Mas quem é que é sempre feliz no seu trabalho? Quem é que nunca cai na tentação da dúvida? Quem é que consegue anular todas as partes más do que faz e concentrar-se apenas nas boas?


No fim, é precisamente o lado mau do nosso trabalho que nos mostra o quanto amamos fazer o que fazemos. Porque ficamos, apesar de tudo. Porque não choramos, gritamos ou fugimos, apesar de tudo. Porque no dia em que o telefone toca às onze da noite e do outro lado está uma amiga com uma urgência pedopsiquiátrica nas mãos, sentimo-nos vivas.

Porque não nos imaginamos a fazer outra coisa. Apesar de tudo.


Também o mesmo se passa com os queques. Posso reclamar que me falta inspiração, sentir que perdi a originalidade ou choramingar porque a alimentação paleo me impede de explorar em pleno a minha criatividade.

Mas no fim, continuo a saltar para a cozinha e a experimentar receitas novas. Porque não me imagino a fazer outra coisa. Apesar de tudo.
 

Queques de aveia, nozes pecan e xarope de seiva de ácer

Ingredientes (para seis queques):

* 120ml de leite (usei leite de coco);
* 30g de flocos de aveia finos;
* 110g de farinha de trigo;
* Uma colher de chá e meia de fermento;
* Uma colher de chá de canela;
* Uma pitada de sal;
* 45g de nozes pecan picadas grosseiramente;
* 40g de manteiga amolecida;
* 45g de açúcar amarelo;
* Um ovo;
* 45ml de xarope de seiva de ácer (três colheres de sopa).

Confecção:

* Juntar o leite e os flocos de aveia e reservar;

* Numa tigela grande juntar a farinha, o fermento, a canela, o sal e as nozes pecan e misturar bem;

* Numa tigela média juntar a manteiga amolecida e o açúcar amarelo e bater bem;

* Acrescentar o ovo, o xarope de seiva de ácer e o leite e os flocos, batendo sempre entre cada adição;

* Juntar os ingredientes líquidos com os ingredientes secos e envolver cuidadosamente apenas até os ingredientes ficarem ligados;

* Colocar em forminhas para queques e levar ao forno pré-aquecido a 220º durante sete minutos;

* Sem abrir o forno, baixar a temperatura para os 180º e deixar cozinhar durante mais treze minutos;

* Deixar arrefecer sobre uma grade.



Até amanhã! :D