27 de maio de 2015

Coulant de chocolate negro (paleo, sem açúcar, sem farinha) para o luto de um carro :)

When I go out, well I know I'm gonna be,
I'm gonna be the man who goes along with you.
And when I come home, yes I know I'm gonna be,
I'm gonna be the man who comes back home with you,
I'm gonna be the man who's coming home with you.

But I would walk 500 miles,
And I would walk 500 more,
Just to be the man who walks a thousand miles
To fall down at your door.

Da d-da da, da d-da da, da d-da da, da d-da da.
Da-da-da dun-diddle un-diddle un-diddle a da da.
Da d-da da, da d-da da, da d-da da, da d-da da.
Da-da-da dun-diddle un-diddle un-diddle a da da.

The Proclaimers




Há oito meses falei-vos sobre o acidente que vitimou o carro antigo do Pedro e mostrei-vos um delicioso coulant de chocolate negro.

Entretanto o Pedro comprou um carro novo e fizemos o luto emocional do anterior. Mas continuamos a recordar com muitas saudades as aventuras que passámos ao longo daqueles sete anos bem divertidos.


Quando eu conheci o Pedro ele já conduzia aquele Citroën, que manobrava de forma absolutamente sensual impressionante pelas apertadas ruas dos Anjos onde eu vivia na altura. Quando eu comecei a tirar a carta, era com aquele Citroën que treinava à noite nos parques de estacionamento vazios dos supermercados da zona. Quando chumbei duas vezes no exame de condução, foi com aquele Citroën que treinei os pontos de embraiagem até à exaustão (minha e do carro).


Quando fomos fazer uma road trip ao litoral alentejano em plena greve dos camionistas (aquela que deixou as bombas de gasolina vazias), foi naquele Citroën que ficámos obcecados com não ultrapassar os quatro litros aos cem para poupar gasóleo.

Quando fomos fazer uma road trip ao interior alentejano, foi com aquele Citroën que o Pedro insistiu que a estrada para o Pulo do Lobo tinha saída. Até que demos por nós a centímetros de cair no abismo do precipício, razão pela qual tivemos que fazer uns bons metros de marcha atrás com o acelerador no fundo e ficámos com o carro a cheirar a borracha durante dias.


Quando o Pedro veio às escondidas ter comigo ao Porto só porque eu estava triste, foi naquele Citroën que dormimos durante a noite depois de eu ter dito aos meus pais que ia dormir a casa de uma amiga, como uma adolescente apaixonada a fugir às escondidas.


Quando deixámos o carro estacionado perto do recinto do Rock In Rio para irmos jantar a casa do companheiro da mãe do Pedro, foi na maçaneta da porta daquele Citroën que alguém decidiu barrar cocó. E eu ia a conduzir. E estava escuro. E o episódio da mão com cocó que eu lavei com tudo o que me lembrei (à excepção de ácido clorídico) ainda hoje arranca gargalhadas e lágrimas dos nossos amigos.

(Eu é que continuo a não achar assim tanta graça.)


Quando fomos acampar para o Gerês e voltámos depois de apenas duas noites porque não aguentávamos mais, foi aquele Citroën que nos levou até Chaves, onde nos deliciámos com uns deliciosos pastéis. Quando fomos para o Algarve assistir ao concerto dos Linkin Park, foi naquele Citroën que cortámos fatias de bolo de chocolate com um canivete suíço.

Agora o Pedro tem um novo carro, e espero que este tenha tantas (ou mais!) aventuras como o outro (à excepção do episódio do cocó, que dispenso!). Espero que este carro acompanhe também as nossas viagens, os nossos devaneios e as nossas parvoíces. Porque desde que estejamos os dois juntos, garanto-vos que não vão faltar nenhuma dessas coisas :)


Por isso, ao contrário do que aconteceu da outra vez, hoje este coulant de chocolate negro traz-vos uma história feliz. A história de uma folha em branco pronta para receber os relatos das nossas próximas aventuras. A história de um jantar com a Beatriz e o Samuel, onde esta foi uma das sobremesas. A história de um novo episódio das nossas vidas: a alimentação paleo. Porque lá por termos saudades do passado, não quer dizer que não olhemos com esperança para o futuro.


Coulant de chocolate negro (paleo, sem açúcar, sem farinha)

Ingredientes (para dois):

* 55g de chocolate negro com pelo menos 70% de cacau;
* 55g de manteiga sem sal;
* Um ovo grande;
* 40g de mel;
* 30g de farinha de amêndoa (amêndoa moída);
* Caramelo para servir (receita normal aqui, receita paleo aqui).

Confecção:

* Derreter o chocolate e a manteiga em banho-maria ou no microondas;

* Numa tigela média bater bem o ovo com o mel e juntar a farinha de amêndoa;

* Incorporar o chocolate derretido com a manteiga;

* Untar dois ramequins e verter a massa;

* Levar ao forno pré-aquecido a 200º durante treze minutos (nem mais um segundo!);

* Deixar arrefecer durante um minuto, desenformar e servir.


Até amanhã! :D