21 de maio de 2015

Brownies sem glúten e sem açúcar com caramelo sem açúcar.

There's something inside me that pulls beneath the surface,
Consuming, confusing.
This lack of self control I fear, is never ending,
Controlling, I can't seem to find myself again,
My walls are closing in...
Without a sense of confidence
I'm convinced that it's just too much pressure to take.
I've felt this way before, so insecure.

Crawling in my skin,
These wounds, they will not heal.
Fear is how I fall,
Confusing what is real.

Linkin Park




Tinha quinze anos da primeira vez que fui à Amazónia. Foi já há onze anos, e no entanto lembro-me de todos os detalhes da nossa longa viagem de barco pelo rio Amazonas.

Estava numa relação complicada com um tipo todo mauzão há dois meses e andava sempre a choramingar pelos cantos com saudades dele. Os meus pais eram uns vilões autoritários que não me compreendiam. A minha melhor amiga não falava comigo - talvez o facto de ter começado a namorar com o rapaz de quem ela gostava não tenha ajudado. Não tinha mais amigos. Não fazia a mínima ideia do que queria fazer com a minha vida. Estava zangada, revoltada e sozinha.


A minha vida estava um caos. E assim, naquela longa viagem, optei por lidar com a tristeza da única forma que conhecia na altura: chafurdando na auto-comiseração isolando-me.

Deitei-me numa rede a ter pena de mim própria apreciar a paisagem e coloquei o Hybrid Theory dos Linkin Park a tocar no meu leitor de CDs. Na altura aquele álbum parecia ter sido escrito pela minha alma, e ouvi-o tantas vezes que ainda hoje sei as letras de todas as músicas de cor.


I've lied to you,
The same way that I always do.
This is the last smile
That I'll fake for the sake of being with you.

Everything falls apart, even the people who never frown,
Eventually break down.
The sacrifice of hiding in a lie.
Everything has to end, you'll soon find,
We're out of time, left to watch it all unwind.
The sacrifice is never knowing.

Why I never walked away?
Why I played myself this way?
Now I see, you're testing me, pushes me away.
Why I never walked away?
Why I played myself this way?
Now I see, you're testing me, pushes me away.

Linkin Park


O tempo passou. A minha vida mudou. Eu mudei. Há pouco mais de um mês, e dez anos depois daquela viagem, voltei à Amazónia. Mas desta vez já não sou uma adolescente revoltada, triste e solitária. Sou feliz. Sinto-me plena e completa. Sou amada. Sinto-me orgulhosa do caminho que percorri até agora. Estou de bem com a vida.


Mas há coisas que ficam dentro de nós, e actualmente os Linkin Park continuam a ser uma das minhas bandas preferidas. Porque eu sei que a vida que construí teve como base aquela adolescente excessivamente melodramática, e que foi a sua insatisfação crónica que me deu forças para sonhar e para lutar.

Hoje a minha vida já não está de todo um caos. Mas eu continuo a lidar com a tristeza da única forma que conheço: chafurdando na auto-comiseração isolando-me. A diferença é que agora já não ouço músicas revoltadas enquanto me vitimizo mentalmente - em vez disso, cozinho coisinhas saudáveis para dividir com as pessoas de quem gosto.


Talvez daqui a dez anos volte à Amazónia e olhe para a mulher de 26 anos que sou agora com a crítica com que hoje olho para a rapariga de 15. Mas sei que trarei sempre no coração e na alma aquela pobre miúda, sozinha no mundo, com a sua música revoltada e os seus pensamentos tristes. E com os brownies saudáveis que os substituíram.

I'm so sick of the tension, sick of the hunger,
Sick of you acting like I owe you this.
Find another place to feed your greed,
While I find a place to rest.

I wanna be in another place,
I hate when you say you don't understand.
You'll see it's not meant to be.
I wanna be in the energy, not with the enemy,
A place for my head.

You try to take the best of me, go away!

Linkin Park


Brownies sem glúten e sem açúcar com caramelo sem açúcar

Ingredientes:

Para os brownies:

* 260g de feijão preto cozido (uma lata pequena);
* Três colheres de sopa de cacau em pó;
* Meia chávena de farinha de amêndoa (amêndoa moída);
* Uma pitada de sal;
* Meia chávena de xarope de seiva de ácer;
* Um quarto de chávena de manteiga amolecida (ou óleo de coco);
* Duas colheres de chá de essência de baunilha;
* Meia colher de chá de fermento;
* Dois terços de chávena de pepitas de chocolate;

Para o caramelo:

* 200ml de leite de amêndoa (ou leite de coco);
* 85g de xarope de seiva de ácer (ou mel);
* Uma pitada de sal;
* 80g de manteiga (ou óleo de coco);
* Uma colher de chá de essência de baunilha (usei caseira).

Confecção:

* Para o caramelo juntar o leite de amêndoa, o xarope de seiva de ácer e o sal e levar a aquecer em lume brando até ficar espesso (comigo demorou uns vinte minutos);

* Juntar a manteiga e deixar derreter, mexendo bem;

* Desligar o lume e juntar a essência de baunilha;

* Retirar do lume, colocar num recipiente e deixar arrefecer;

* Para os brownies misturar todos os ingredientes à excepção das pepitas e triturar com a varinha mágica até ficar uma mistura homogénea;

* Misturar as pepitas e colocar numa forma rectangular coberta com papel vegetal (a minha tinha cerca de 25x18cm);

* Levar ao forno pré-aquecido a 180º durante trinta a quarenta minutos;

* Deixar arrefecer completamente e cortar em quadrados;

* Cobrir com o molho de caramelo;

* Os brownies vão ficando ainda melhores com o passar dos dias :)



Até amanhã! :D