24 de fevereiro de 2015

Semana da diabetes #2: Arroz de peito de frango com ervilhas, um prato com história :)

Well, the years start coming and they don't stop coming,
Fed to the rules and I hit the ground running.
Didn't make sense, not to live for fun,
Your brain gets smart but your head gets dumb.

So much to do, so much to see,
So what's wrong with taking the back streets?
You'll never know if you don't go,
You'll never shine if you don't glow.

Smash Mouth


Eu e o Pedro começámos a namorar com 18 anos, três meses depois de ambos entrarmos na faculdade. Eu andava a sobreviver à base de rissóis, taças de Chocapic e queques de chocolate do Lidl (eram tão bons!), o Pedro alimentava-se de pizzas, de hambúrgueres e das refeições que a mãe lhe enviava em tupperwares.

Eu não sabia cozinhar rigorosamente nada, o Pedro não cozinhava particularmente bem. As nossas mesadas eram poupadas até à exaustão para podermos ir viajar de vez em quando, por isso também não fazíamos propriamente jantares românticos em restaurantes pomposos.

O que sobrava? Más escolhas alimentares, alguns desastres culinários e a valorização das pequenas coisas.


Foi assim que durante muito tempo aprendemos a apreciar a simplicidade deliciosa dos ovos mexidos com cebola (que ainda hoje me sabem bem), da aletria com atum (que enjoei para sempre), dos hambúrgueres crus mal passados e do arroz com salsichas.


Os pratos requintados eram usados para celebrar datas mais especiais: aí sim cozinhávamos a sério, com direito a coisas difíceis e desafiantes como o arroz de frango, o esparguete à bolonhesa ou o empadão. Naqueles dias não tínhamos direito a jantares com entrada gourmet, prato principal xpto e sobremesa de encher o olho - em vez disso, fazer um arroz de frango no forno que ficasse tostadinho era uma grande vitória, celebrada a rigor com vários gritinhos de alegria e suspiros de satisfação.

 

É claro que hoje olhamos com alguma nostalgia e muito carinho para aqueles inocentes patetas. E percebemos que, acima de tudo, temos que adequar as nossas expectativas à etapa de vida em que nos encontramos. Sem exigências desmesuradas, sem pressas assolapadas, sem pressões exageradas. Temos que crescer ao nosso ritmo, à nossa maneira. Porque na vida não é a meta que importa, mas sim o caminho que percorremos até lá chegar.


Hoje o arroz de frango, o esparguete à bolonhesa e o empadão continuam a estar entre os nossos pratos preferidos. Mas hoje os dias especiais são quando nos apetece, o que normalmente acontece todas as semanas. Hoje estamos mais crescidos, mas continuamos uns inocentes patetas.

Que o sejamos sempre. Porque é assim que a vida vale a pena.


Arroz de peito de frango com ervilhas

Ingredientes (para quatro pessoas):

* Uma cebola picada;
* Dois dentes de alho picados;
* Um fio de azeite;
* 50g de bacon sem gordura cortado em cubos (opcional);
* 500g de peito de frango cortado em cubos;
* Arroz q.b. (fazemos sempre um bocado a olho, mas colocamos mais frango do que arroz);
* 100g de ervilhas congeladas;
* Uma colher de sopa de paprika;
* Uma colher de sopa de pimentão-doce;
* Uma colher de chá de manjericão;
* Uma pitada de sal;
* Uma pitada de piri-piri.

Confecção:

* Refogar o alho e a cebola num fio de azeite e juntar o bacon, deixando refogar;

* Acrescentar o frango, o arroz e as ervilhas e misturar bem;

* Temperar com a paprika, o pimentão-doce, o manjericão, o sal e o piri-piri;

* Juntar água e deixar cozinhar um pouco;

* Transferir para o forno até secar bem.


Até amanhã! :D