15 de dezembro de 2014

Queques de amendoim e chocolate (sem farinha, sem açúcar) para uma corrida difícil.

I took a walk around the world to ease my troubled mind.
I left my body lying somewhere in the sands of time.
I watched the world float to the dark side of the moon.
I feel there is nothing I can do.

If I go crazy, then will you still call me Superman?
If I'm alive and well, will you be there holding my hand?
I'll keep you by my side with my superhuman might,
Kryptonite.

3 Doors Down


Dizem que quem corre por gosto não cansa. Eu não concordo.

Para correr por obrigação basta colocar um pé à frente do outro e seguir em frente. E admito que possa parecer mais desafiante ou difícil à primeira vista, mas na verdade é bem mais simples: não há incertezas, não há metas a ultrapassar, não há inseguranças nem há expectativas.

Para correr por gosto é necessário treinar. Porque não é qualquer coisa que nos satisfaz. Porque há desejos, há objectivos e há sonhos.


Para correr por gosto precisamos de saber ultrapassar as dificuldades - e não se enganem, estas vão sendo cada vez maiores. Se para correr por obrigação não arriscamos muito, para correr por gosto damos tudo de nós, numa espécie de invocação de toda a nossa alma. E corremos o risco de partir um pé, ou ainda pior - partir a alma.


Este não é um post sobre corridas, até porque o tempo frio e chuvoso fez hibernar o meu recém-descoberto lado corredor e lançou-me de volta para o tapete do yoga. Este é um post sobre a maneira como encaramos a vida.

Viver por gosto cansa mais. Faz-nos querer ser bons naquilo que fazemos, todos os dias. Porque não é qualquer coisa que nos satisfaz. Porque há desejos, há objectivos e há sonhos.


Para viver por gosto precisamos de saber ultrapassar as dificuldades - e não se enganem, estas vão sendo cada vez maiores. Se para viver por obrigação não arriscamos muito, para viver por gosto damos tudo de nós, numa espécie de invocação de toda a nossa alma. E corremos o risco de a partir.

Às vezes a minha alma parte-se. E penso naquela frase que uma vez uma tutora particularmente amargurada com a vida me disse:

'Joana, aqui não há heróis.'


Às vezes fico cansada de dar tudo de mim em todo o lado. Fico cansada de correr por gosto, fico cansada de viver por gosto. Fico frustrada, fico chateada, fico aborrecida, fico triste. Fico farta de tudo.

E depois colo os bocadinhos da minha alma e volto a correr. Primeiro aos pouquinhos, com queques fáceis e simples, e depois de volta à histeria emocional habitual de quem não conhece outra forma de viver que não seja dar tudo de si.


Aqui não há heróis, certamente. Mas há uma miúda esforçada e teimosa. E há queques saudáveis e fáceis sem farinha, sem açúcar e sem culpas.


Queques de amendoim e chocolate (receita adaptada do blog 'Avery Cooks')

Ingredientes (para seis queques):

* Uma banana;
* Um ovo;
* Meia chávena de chá (ou oito colheres de sopa) de manteiga de amendoim (usei com pedacinhos de amendoim);
* Um terço de chávena de chá (ou seis colheres de sopa) de cacau em pó magro;
* Três colheres de sopa de mel;
* Uma colher de sopa de essência de baunilha natural;
* Um quarto de colher de chá de bicarbonato de sódio;
* Uma pitada de sal;
* 100g de pepitas de chocolate negro da Vahiné.

Confecção:

* Juntar todos os ingredientes com a excepção das pepitas e triturar bem com a varinha mágica;

* Acrescentar metade das pepitas de chocolate e colocar em forminhas para queques;

* Cobrir com as pepitas de chocolate restantes e levar ao forno pré-aquecido a 220º durante cinco minutos;

* Descer a temperatura para os 180º e deixar cozinhar durante mais quinze a vinte minutos;

* Deixar arrefecer sobre uma grade.


Eu já disse na página de Facebook do blog que os doces paleo andam a ser uma surpresa estrondosa, e estes queques são mais um exemplo delicioso dessa afirmação. Ficam com uma consistência húmida, são doces q.b., a combinação de sabores fica maravilhosa e são saudáveis e naturais :D É só vantagens :D


Tenham uma óptima Muffin Monday :)