11 de dezembro de 2014

Pães de Deus na Actifry para uma escolha difícil.

All I wanna do is have some fun,
I got a feeling I'm not the only one.

All I wanna do is have some fun,
Until the sun comes up over Santa Monica Boulevard.

Sheryl Crow


Ao longo deste primeiro ano de internato fui passando por diferentes serviços do hospital onde trabalho: comecei em cirurgia, passei pela pediatria, diverti-me na medicina interna, pensei muito sobre o futuro na psiquiatria e arrastei-me pela medicina geral e familiar. Em Dezembro chegou a vez de fazer um estágio opcional, no serviço onde eu quisesse. Mas qual seria?


Pensei em voltar a psiquiatria para me decidir de vez sobre qual seria a especialidade que escolheria para sempre, mas depressa mudei de ideias: afinal, o que aconteceria se decidisse ficar em psiquiatria mas não conseguisse entrar na especialidade e ainda tivesse que aguentar algumas semanas deprimentes no serviço?

Pensei em continuar em medicina geral e familiar, mas o horário semanal pesado e a carga emocional intensa demoveram-me: aquilo foi giro enquanto durou, mas apenas isso.


Pensei em experimentar uma especialidade não clínica (como a patologia clínica) para ter algum contacto com essa realidade, mas sejamos honestos aqui: eu sou uma pessoa de pessoas, e não me imagino a escolher uma especialidade onde não tenha doentinhos.

Pensei em voltar a medicina interna e passar novamente um mês na infecciologia - uma especialidade mesmo divertida e interessante - mas a verdade é que a patologia infecciosa em Dezembro é completamente diferente (e muito mais aborrecida, diga-se) do que a de Maio ou Junho (e também havia a pequena questão do hospital estar a transbordar de doentes com Legionella).

Uma semana antes do meu estágio opcional começar eu continuava perdida e confusa: qual era o caminho agora?


No fim, e depois de eliminar as especialidades referidas pelas razões supra-citadas, dividi as especialidades que sobravam em duas colunas: as tremendamente aborrecidas mas eventualmente úteis e as que eu acho interessantes mas não serão minimamente importantes para o meu futuro. Decidi escolher uma especialidade da segunda categoria. E fui para oftalmologia.


Ainda bem que o fiz, porque duas semanas depois estou a adorar a experiência. É verdade que muito provavelmente esta não será uma experiência particularmente útil para o meu futuro como especialista, mas essa é a parte engraçada de escolher algo: por vezes podemos simplesmente pensar 'Fuck it', mandar todos os motivos racionais à fava e escolher algo que gostamos só porque gostamos.


O mesmo é válido para estes pães de Deus. Queria testar uns pães de leite na Actifry, mas a verdade é que gosto mais de pães de Deus do que de pães de leite. Por isso decidi mandar os meus motivos racionais à fava e escolher algo que gosto só porque sim, porque gosto e porque 'Fuck it'.

Esta é então a terceira vez que esta receita aparece aqui no blog. Tal como o meu estágio de oftalmologia, não vos será particularmente útil. Mas isso não quer dizer que não seja divertida :D


Pães de Deus na Actifry
(a minha receita no forno aqui)

Ingredientes:

* 500g de farinha de brioche;
* 235ml de água morna;
* 100g de coco ralado;
* 100g de açúcar;
* Dois ovos;
* Açúcar em pó.

Confecção:

* Juntar a água e a farinha e amassar durante quinze minutos com as mãos enfarinhadas (podem fazer este passo na MFP);

* Deixar levedar num sítio morno durante 1.30h (normalmente deixo no forno pré-aquecido a 70º e desligado);

* Colocar a massa numa superfície enfarinhada e dividir em oito bolinhas;

* Colocar as bolinhas no tabuleiro da Actifry e devolver ao forno durante mais uma hora;

* Para a cobertura de coco juntar o coco, o açúcar e os ovos e envolver bem;

* Cobrir a massa com a cobertura de coco;

* Aquecer na Actifry durante quinze minutos;

* Deixar arrefecer e polvilhar com o açúcar em pó.



Até amanhã :D