11 de maio de 2013

Panquecas de chocolate e as experiências que nos tocam :D

Mama told me, when I was young:
Come sit beside me, my only son,
And listen closely to what I say.
And if you do this
It will help you some sunny day.

Take your time, don't live too fast.
Troubles will come and they will pass.
Go find a woman and you'll find love.
And don't forget son,
There is someone up above.

And be a simple kind of man.

Lynyrd Skynyrd


Era um banco de obstetrícia como outro qualquer. Mas não foi, porque conhecemos a miúda. 

Os médicos passaram a visita às oito da manhã e na primeira sala de partos estava a miúda já quase roxa de esforço, de mãos dadas ao namorado. No entanto, a médica avisou-a de que o parto ainda ia demorar bastante, e passámos à sala seguinte. 

Nesse dia eu e a Joana vimos seis ou sete partos, mas íamos sempre passando pela primeira sala para ver como estavam as coisas. E entre palavras de ânimo e de encorajamento criou-se uma grande empatia, possivelmente porque a miúda tinha a nossa idade e estava simplesmente aterrorizada. 


Doze horas depois o bebé começou a ficar em sofrimento e a miúda deu entrada no bloco operatório. O namorado teve de ficar à espera lá fora, e por isso a pobre miúda ficou sozinha, assustada e exausta. 

E então algo de extraordinário aconteceu. Enquanto a médica puxava o bebé com os fórceps nós demos as mãos à miúda, fizemos festinhas na cabeça dela, soprámos para a testa dela e fizemos literalmente força com ela, ao ponto de também nós ficarmos roxas. E quando tudo terminou chorámos todas abraçadas, felizes e aliviadas. 

(E enquanto escrevo isto não consigo evitar ficar cheia de lágrimas nos olhos. Sou mesmo chorona caramba.)


Fomos visitar a miúda à enfermaria todos os dias, e no fim trocámos números de telemóvel. É claro que não mantivemos o contacto para além de uma ou duas fotografias do bebé (um fofinho!), mas nunca mais nenhuma de nós esqueceu aquele dia. 

Há uns meses passei pela miúda no centro comercial. De mão dada com o namorado, olhavam embevecidos para uma criança que corria à frente deles. Estavam ambos iguaizinhos, como se o tempo não tivesse passado. Uma família feliz, o final feliz que a miúda merecia. 

Passaram dois anos, mas eu continuo a adorar partos (os dos outros, porque pensar nos meus dá-me arrepios!). Continuo a adorar bebés, a ter vontade de trincar as coxinhas gordinhas deles e a delirar com o cheirinho da pele deles. 


No fim-de-semana passado tivemos a honra de receber em nossa casa uma bebé: uma gatinha linda que adoptámos e a quem chamámos Liby. A Liby tem apenas um mês, e por isso é uma bebé em todo o sentido da palavra: adora comer, dormir, receber festinhas e brincar com coisinhas que mexem (como pés, colares ou os cabelos da Joana). 

O meu irmão ficou louco de alegria, e em forma de comemoração fizemos panquecas de chocolate.


Uma receita tão simples, com tantas histórias. O bebé da miúda, que foi também um pouquinho nosso. A nossa gatinha bebé, que já é amada de uma forma que eu nunca julguei ser possível. 

Somos mesmo feitos das experiências que nos tocam. 


Panquecas de chocolate

Ingredientes (para seis panquecas):

* Uma chávena de farinha;
* Duas colheres de sopa de chocolate em pó;
* Uma colher de chá de fermento;
* Duas colheres de sopa de açúcar;
* Uma pitada de sal;
* Um ovo;
* Meia chávena de leite. 

Confecção: 

* Misturar a farinha, o chocolate em pó, o fermento, o açúcar e o sal;

* Abrir um buraco no meio e juntar o ovo batido e o leite, batendo bem até ficar uma massa homogénea;

* Untar uma frigideira anti-aderente com um pouco de manteiga e levar a lume médio até aquecer;

* Colocar uma concha de massa; 

* Quando se formarem pequenas bolhinhas de ar virar a panqueca do lado oposto e deixar cozinhar;

* Repetir o processo até terminar a massa. 


Na minha opinião estas panquecas ficam tão deliciosas que nem precisam de cobertura, mas os mais gulosos podem cobrir com chocolate derretido ou mel :) 

Até amanhã! :D